Alckmin diz que Brasil já colhe avanços após encontro de Lula e Trump na ONU
Depois de sobretaxa dos EUA, vice-presidente citou corte de tarifas sobre madeira macia e serrada

Victória Melo
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou neste sábado (4), em Brasília, que o país já conseguiu avanços nas negociações para reduzir o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Ele destacou que ainda não há data para um novo encontro, mas que a aproximação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em Nova York, durante evento na ONU, abriu caminho para um diálogo mais favorável.
Segundo Alckmin, depois da sobretaxa, o governo norte-americano retirou da lista produtos como celulose, ferro-níquel e herbicidas, que passaram a ter tarifa zero. A mudança representa cerca de US$ 1,7 bilhão em exportações brasileiras sem taxação.
O vice-presidente disse ainda que, após encontro entre Lula e Trump em Nova York, houve cortes expressivos nas tarifas da chamada Seção 232:
• Madeira serrada: de 50% para 10%
• Móveis e armários: de 50% para 25%
Essas alterações, de acordo com Alckmin, significam mais US$ 370 milhões em alívio tarifário.
“O encontro do presidente Lula com o presidente Trump em Nova York foi um primeiro passo importante. Temos convicção de que virão novos avanços. Não há razão para manter essa tarifa, já que os Estados Unidos são superavitários na relação comercial conosco. Eles vendem mais para gente do que nós para eles", afirmou.
De forma bem-humorada, Alckmin citou a mudança no ambiente político após o encontro entre Lula e Trump na ONU. “Eu fui professor de cursinho de medicina, de química. E a química é uma ótima solução.”
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A visita ocorreu na concessionária Hyundai Smaff, no Setor de Indústrias e Abastecimento, em Brasília, onde Alckmin e o ministro dos Transportes, Renan Filho, acompanharam o movimento gerado pelo programa Carro Sustentável.
Metanol
Alckmin também comentou a crise causada pelos casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol. Ele reforçou a importância da fiscalização e das medidas emergenciais adotadas pelo governo para ampliar a produção de antídotos, como o etanol farmacêutico, usado no tratamento das vítimas.