Publicidade
Economia

Alckmin critica alta dos juros como medida para controlar a inflação

Vice-presidente comentou expectativa de alta da Selic por conta de provável aumento inflacionário gerado pela alta do dólar

Imagem da noticia Alckmin critica alta dos juros como medida para controlar a inflação
Geraldo Alckmin/reprodução
Publicidade

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que aumentar os juros, como vem sendo especulado no Banco Central (BC) devido à alta do dólar, não vai controlar a inflação.

+ Galípolo diz que Banco Central não vai segurar dólar "no peito"

Ao argumentar, Alckmin comparou a forma de atuação do BC com a do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos). Segundo o vice-presidente, o banco americano não leva em consideração a variação de alimentos e de energia no cálculo da inflação.

"Em relação à questão da inflação, eu gosto do modelo norte-americano, do Fed - o banco central americano - que ele tem duas missões. Uma missão é emprego, estimular a economia. A outra missão é preço, evitar a inflação. É evitar a inflação. Mas ele não leva em consideração dois fatores, dois componentes. alimento e energia", disse.

+ Real é a sétima moeda que mais se desvalorizou frente ao dólar em 2024

Segundo o Alckmin, aumentar os juros não ajuda a controlar o preço desses dois fatores, que vem sendo fortemente impactados. O Brasil enfrentou grandes enchentes ao longo de 2024, principalmente na região Sul, além de secas em outras regiões, como o Centro-Oeste.

Sobre energia, o vice-presidente lembrou que o preço do petróleo, por exemplo, é pautado por uma política mundial.

"Alimento é muito clima. Choveu, não choveu, é muito clima. Então, quando eu, não adianta eu aumentar os juros, Não vai chover, no caso disso, ou deixar chover. Então, ele exclui alimentos. Você só prejudica a economia e carece o custo do capital. O outro é a energia. Preço de petróleo, região política mundial quebra", disse.
"Por isso, não adianta aumentar o juros, porque não é baixar o preço do petróleo, é a energia. Então ele retira esse cálculo, energia e alimento. Aí sim você tem uma cesta melhor para você avaliar a política monetária para evitar inflação", concluiu o vice-presidente.

Mercosul

Às vésperas da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Montevidéu, para participar da cúpula do Mercosul, Alckmin comentou sobre as negociações para um acordo comercial do bloco sul-americano com a União Europeia. A assinatura do acordo é positiva para ambos os lados e favorece a relação comercial e diplomática entre os países dos blocos, na opinião do representante do governo Lula.

"Na realidade, a expectativa é sexta-feira, dia 6. A posição do Brasil e do Mercosul é favorável. Nós entendemos que é um ganha-ganha bom para o Mercosul. bom para a União Europeia e bom para o mundo, para a geopolítica mundial, fortalece o multilateralismo", disse o vice-presidente.

Dólar

O dólar vem acumulando sucessivas altas, principalmente a partir do começo do segundo semestre deste ano. Na semana passada, o governo anunciou um pacote de corte de gastos para melhorar a relação com o mercado e reduzir o câmbio com a moeda americana. No entanto, o tiro saiu pela culatra após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar conjuntamente um projeto para isentar trabalhadores que ganham até R$ 5 mil de pagar imposto de renda.

O mercado entendeu que o anúncio tira o peso do ajuste fiscal. Além de não ser esperado, pois as reuniões para definir os cortes no orçamento duraram cerca de um mês desde o fim das eleições municipais. Além disso, não há confiança na versão do governo de que os valores, aproximadamente R$ 35 bilhões anuais, serão compensados com a maior cobrança de impostos de quem ganha a partir de R$ 50 mil.

Já o diretor de política monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou, nesta segunda-feira (2), que a autoridade monetária não vai segurar o dólar "no peito" e que o câmbio flutuante é um dos pilares da matriz econômica. O dólar atingiu R$ 6,06 nesta segunda.

“É uma discussão que às vezes vai surgir, de que o país tem US$ 370 bilhões de reservas, por que não segura no peito? Quem está no mercado e está assistindo sabe que não é assim que funciona”, disse Galípolo durante um evento para investidores.

Segundo o futuro presidente do Banco Central, o câmbio flutuante é essencial para passar por momentos como esse. "Está cumprindo o seu papel muito bem e a gente segue só fazendo atuação em casos de desfuncionalidade”, declarou.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade
Publicidade