Agência mantém nota de crédito do Brasil, mas vê piora em perspectiva
Moody's destaca crescimento da economia como ponto positivo, mas vê preocupação com gastos públicos e custo da dívida

SBT News
A agência de classificação de risco de crédito Moody's anunciou nesta sexta-feira (30) a manutenção da nota de crédito do Brasil em Ba1, mas alterou de "positiva" para "estável" a perspectiva do rating.
Segundo a empresa, a manutenção da nota está ligada à expectativa de continuidade de crescimento da economia brasileira – o crescimento no primeiro trimestre foi de 1,4% – e ao cumprimento das metas fiscais em 2024. A piora da perspectiva, porém, se deve ao aumento expressivo no custo da dívida e às dificuldades para equilibrar as contas públicas – boa parte das despesas é obrigatória e o governo enfrenta dificuldades para elaborar e aprovar reformas estruturais do orçamento no Congresso.
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Mais cedo, nesta sexta-feira, o Banco Central divulgou que a dívida bruta do governo subiu em relação ao PIB, de 75,9% em março para 76,2% em abril. Além da dificuldade para cortar gastos, pesa o custo da dívida, determinado pela taxa básica de juros, a Selic, que está em 14,75% ao ano.
O Ministério da Fazenda se manifestou após a revisão da perspectiva pela Moody's, reafirmando "compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais e com o aprofundamento do processo de reformas estruturais, essenciais para garantir o maior crescimento econômico de longo prazo e assegurar o equilíbrio das contas públicas". Segundo o comunicado da Pasta comandada por Fernando Haddad, "esse processo tem ocorrido – e continuará ocorrendo – por meio do trabalho conjunto entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional, que demonstraram eficácia ao aprovar diversas medidas relevantes, incluindo uma ampla reforma tributária."
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As agências de rating, como a Moody's, a Fitch, e a Standard & Poor's avaliam os riscos de insolvência de Estados e empresas e atribuem notas para orientar os credores. A maior nota é AAA, chamada de grau de investimento. Quanto maior a nota, em geral, menores os prêmios pagos para quem investe em títulos soberanos ou títulos de dívidas de empresas.