73% dos americanos esperam alta de preços após tarifaço anunciado por Trump, diz pesquisa
Novas taxas entram em vigor nesta quarta-feira (9) para mais de 180 territórios ao redor do mundo

Camila Stucaluc
Mais de 70% dos norte-americanos acreditam que os preços de produtos básicos irão aumentar nos próximos seis meses devido ao tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump. É o que mostra uma pesquisa Reuters/Ipsos, que entrevistou 1.027 adultos em todo o país.
Ao todo, 185 territórios foram taxados por Trump, que justificou a medida como forma de “reduzir a dívida nacional e reequilibrar o comércio global”. A principal guerra comercial é com a China, que respondeu as tarifas taxando em 34% os produtos importados dos Estados Unidos. Em retaliação, Trump impôs uma tarifa adicional de 50% sobre os itens chineses, totalizando 104% em taxas.
Com isso, 73% dos norte-americanos preveem aumentos nos preços de itens consumidos diariamente, ante 4% que acreditam que os valores registrarão queda. Ao todo, 57% dos entrevistados disseram se opor ao tarifaço de Trump, entre eles 24% apoiadores do Partido Republicano e 88% do Partido Democrata. Na mesma linha, cerca de 39% afirmaram apoiar a medida.
Em relação à visão de Trump, que disse que outros países “se aproveitam” dos Estados Unidos quando se trata de comércio internacional, 44% discordaram do argumento. Metade dos entrevistados, por outro lado, disseram concordar com a afirmação, apoiando, ainda, a fala de que “qualquer dor econômica de curto prazo vale a pena para tornar os Estados Unidos mais fortes no longo prazo”.
Reação dos países
O tarifaço de Trump foi duramente criticado por líderes mundiais. Enquanto alguns países anunciaram taxas retaliatórias, como China e Canadá, outros procuraram o governo norte-americano para tentar renegociar as medidas. Segundo a Casa Branca, cerca de 70 nações já pediram diálogos.
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“Tragam suas melhores ofertas, e ele [Trump] as ouvirá. Os acordos só serão fechados se beneficiarem os trabalhadores americanos e abordarem os graves déficits comerciais. Os EUA não precisam de outros países tanto quanto eles precisam de nós. Reordenar e fortalecer nossa indústria manufatureira são questões essenciais de segurança nacional e econômicas”, disse a porta-voz Karoline Leavitt.