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Economia

Empresas brasileiras usam COP28 como vitrine para investimentos verdes

Comitiva de empresários em evento da ONU terá exemplos de redução de emissões e energia renovável

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AÇAI
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A 28ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que acontece entre 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes, não espera do Brasil apenas dados que comprovem a diminuição do desmatamento. Quer mais estratégias para mitigar as emissões de gases de efeito estufa, concluir a transição energética, promover a bioeconomia e evitar os desastres naturais. Além de governos, esses temas serão discutidos pela iniciativa privada internacional. O evento pode ser uma vitrine para atrair investidores que impõem como parâmetro o ESG (sigla para o impacto das práticas empresariais no meio ambiente, sociedade e governança).

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Por esses motivos, entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que representa 476 mil empresas, terá um stand na COP28, dividido com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Um dos casos apresentados será da mineradora Vale, que adotou a compra de créditos de carbono em novos projetos: "São US$ 50 por tonelada de CO2E", conta Rodrigo Lauria, gerente executivo de Mudanças Climáticas da Vale. O "E" refere-se a equivalente, pois coloca na conta outros gases de efeito estufa além do carbônico.

A Vale também investiu para substituir totalmente, na queima dos minérios, o carvão antracito pelo biocarbono, obtido a partir da carbonização de biomassa, que inclui resíduos de produções agropecuárias até o lixo orgânico do meio urbano. A mineradora ainda trocou as fontes de energia elétrica. Com um investimento de US$ 590 milhões, tem agora a maior usina solar da América Latina, capaz de abastecer uma cidade de quase um milhão de habitantes. Também modernizou a frota para utilizar biocombustíveis, além de instalar uma locomotiva interna. A Vale prevê investir entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões para descarbonizar a produção em 30% até 2030 e neutralizá-la até 2050.

Outra ambição climática exposta ao mundo será da Acelen. A refinadora quer diminuir em 80% as emissões de CO2 até 2033, substituindo a produção de fósseis por renováveis. É um compromisso pouco cumprido pelas petroleiras, com receio de perder mercado. Um dos planos da empresa é a refinaria em Mataripe, na Bahia, que vai produzir combustível a partir da macaúba, uma árvore típica do Nordeste. "Queremos ser protagonistas nesse processo de transição no Brasil", anuncia Marcelo Lyra, VP de ESG, Relações Institucionais e Comunicação da Acelen, marca que comprou as instalações da Petrobras. O investimento é de R$ 12 bilhões, com previsão de gerar R$ 85 bilhões e 90 mil postos de trabalho.

É a sustentabilidade provando que, em vez de contrair a economia, pode incrementar. É o que deve acontecer na Amazônia. A floresta tem potencial de gerar centenas de negócios. Seja criando um sistema produtivo para um fruto típico, como já aconteceu com o açaí, ou explorando flora e fauna para descobrir possíveis ativos farmacêticos e cosméticos. Entretanto, esses projetos devem incluir as comunidades locais. Mais de 750 mil famílias serão beneficiadas com a evolução da bioeconomia amazônica, conforme pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Para isso, 250 startups com foco no desenvolvimento sustentável serão representadas pelo Sebrae na COP28. Iniciativa que pretende atrair investidores do mundo todo para alguns desses negócios que ainda nem existem, mas que já estão alinhados com o futuro: "As pessoas vão se surpreender com o poder dos pequenos negócios. Tanto pelos seus propósitos, como pela sua abrangência na economia do Brasil. Representam 94% dos negócios do país, como aproximadamente 30% do PIB, número que vai aumentar com a expansão da economia verde", aposta Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional.

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