Consumo nos lares brasileiros cresce 2,89% em outubro, diz Abras
Supermercadistas acreditam em alta nos gastos para as festas de fim de ano: bebidas vão puxar as compras
Guto Abranches
O Consumo nos Lares Brasileiros aumentou 2,89% no mês de outubro. O levantamento é da Associação Brasileira dos Supermercados (ABRAS) e foi divulgado nesta 5ª feira (30.nov). A comparação é com o mês de setembro e a alta acontece depois de duas quedas consecutivas, em agosto e setembro. Quando relacionada a outubro do ano passado, a alta é de 0,61%. Ganhos também de 2,64% em comparação ao período janeiro/outubro de 2022.
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"Além do efeito calendário, a expressiva alta do consumo em outubro é atribuída à inauguração de lojas, às atividades promocionais que tradicionalmente se intensificam no segundo semestre combinados com renda mais estável e a menor variação nos preços da cesta de abastecimento dos lares", analisa o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan.
De janeiro a novembro, foram inauguradas 573 lojas, das quais 306 são novas e 267 reinauguradas. Dentre os principais recursos que contribuíram para o abastecimento dos lares em outubro estão o programa Bolsa Família -- incluindo o acréscimo do Benefício Variável Familiar Nutriz que contempla crianças de 0 a 6 meses (R$ 14,58 bilhões), os pagamentos de Requisições de Pequeno Valor -- INSS (R$ 2 bilhões), o pagamento do lote residual de Restituição do Imposto de Renda (R$ 643 milhões), os repasses do auxílio-gás para 5,5 milhões de famílias (R$ 584,3 milhões).
Em novembro, devem movimentar a economia o pagamento da primeira parcela do 13º salário no valor estimado de R$ 291 bi, assim como repasses do Bolsa Família (R$ 14,26 bi), o lote residual de Restituição de Imposto de Renda (R$ 762,9 milhões) e o pagamento de Requisições de Pequeno Valor do INSS (R$ 2,1 bilhões).
Cesta de alimentos
A cesta AbrasMercado interrompeu a série de cinco quedas consecutivas nos preços e encerrou outubro com variação de 0,10%. No mês, as principais altas foram batata (+11,23%), cebola (+8,46%), arroz (+2,99%), carne bovina ? corte traseiro (+1,94%), açúcar refinado (+1,88%), tomate (+0,97%), extrato de tomate (+0,83%), pernil (+0,57%), frango congelado (+0,54%).
A maior queda de preços em outubro foi nos produtos lácteos: leite longa vida (-5,48%), queijos muçarela e prato (-1,14%), leite em pó (-0,87%), margarina cremosa (-0,60%).
Na cesta de produtos básicos, as principais quedas vieram do feijão (-4,67%), do óleo de soja (-1,77%), do café torrado e moído (-1,23%), da farinha de mandioca (-0,65%), da farinha de trigo (-0,56%).
Na área de higiene e beleza, as principais quedas foram do sabonete (-0,78%), do xampu (-0,08%) e as altas no papel higiênico (+0,99%) e no creme dental (+0,22%).
Regiões
Na análise regional, a maior queda no indicador ocorreu na região Sul (-1,07%). Nordeste (-0,17%), Norte (-0,09%), Sudeste (+0,45%), Centro-Oeste (+0,27%).
Ainda de acordo com a pesquisa, 62 % dos supermercadistas projetam consumo superior neste Natal na comparação com o mesmo período do ano passado. O principal consumo deve vir das cestas de bebidas e de proteínas: 12,3% em itens como cervejas, cervejas premium, destilados, espumantes, refrigerantes, sucos, vinhos importados e vinhos nacionais. Já na cesta de proteínas, o crescimento estimado é de 10,1% com produtos da época dentre eles aves natalinas, bacalhau, carnes bovinas, frango, lombo, ovos, peixe, pernil, peru e tender.
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