Mais de 40% das empreendedoras já sofreram ou conhecem mulheres vítimas de discriminação
Rede feminina também têm menos suporte na hora de abrir um negócio e sofre com jornada dupla
O preconceito ainda é um dos principais fatores que limitam o crescimento das mulheres no mundo do empreendedorismo. De acordo com um levantamento do Sebrae, 42% das empreendedoras brasileiras já presenciaram situações de preconceito contra outra mulher dona de negócio, enquanto 25% já sofreram na própria pele atitudes discriminatórias.
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Regionalmente, o local que registrou a maior proporção de mulheres donas de negócio que identificaram atitudes preconceituosas foi a região Sul (47%), seguida por Nordeste e Centro-Oeste (42), Norte (41%) e Sudeste (39%). O estado do Amapá teve o maior número de citações (56%), com Paraná (53%) e Rio Grande do Norte (51%), na sequência.
"A proporção de empreendedoras à frente de um negócio no Brasil ainda está distante do peso e da participação delas na própria sociedade brasileira. Enquanto as mulheres representam 52% da população em idade ativa, no universo do empreendedorismo elas estão à frente de 34% do total de empresas", pontuou a diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho.
Além da discriminação, o Sebrae relatou que mulheres que decidem abrir a própria empresa têm menos suporte em comparação aos empreendedores do sexo masculino. No grupo de quem já tem um negócio em operação, a diferença é ainda mais significativa: o apoio dedicado pelos fornecedores às mulheres é 9 pontos percentuais inferior ao recebido pelos homens por clientes e fornecedores.
As donas de negócios ainda dedicam menos horas às empresas, uma vez que utilizam praticamente o dobro de tempo do que os homens nos cuidados de casa. Ao todo, as mulheres que decidem empreender dedicam 3,1 horas aos cuidados familiares e consomem 2,9 horas do dia nos afazeres domésticos, enquanto os homens gastam 1,6h e 1,5h, respectivamente, com essas atividades.
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Tal jornada dupla faz com que 76% das mulheres relatem ter um peso maior na rotina, enquanto 61% afirmaram já ter deixado de fazer algo para si ou para a empresa para cuidar dos filhos, de idosos ou de parentes. Entre os empreendedores do gênero masculino, essas proporções são de 55% e 48%, respectivamente.