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Quem contrata rotativo do cartão cai na cocaína financeira, diz economista

Roberto Macedo acha que ideia de tabelar juros do rotativo até pode ser aceita, se não houver nada melhor

Quem contrata rotativo do cartão cai na cocaína financeira, diz economista
Tabelamento de juros
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O economista Roberto Macedo acha que a proposta de tabelar os juros do rotativo do cartão de crédito é uma boa ideia, se não houver nada melhor. "Até acho que o tabelamento pode ser adotado. Mas só em último caso", afirma ele. Com a autoridade de quem já foi Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, além de ser professor da Universidade de São Paulo (USP), Macedo não economiza na hora de definir o cenário que trouxe à tona a ideia de 'congelar' as taxas.

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"Se for para fazer frente a uma situação esdrúxula como a atual, de juros de quase 450% ao ano, eu sou a favor de que uma proposta assim seja apresentada", avalia ele. Na observação de Macedo, o Brasil já viveu experiências nas quais se tentava regular a economia por fora da economia. E não deu certo. É bom lembrar que, já na concepção da Constituição Cidadã, em 1988, o tabelamento dos juros reais da economia em 12% ao ano foi inserido. Sem regulamentação, o dispositivo foi arquivado. Acompanhe trechos da entrevista ao SBTNews.

SBTNews: Há chance de uma proposta nessa linha dar certo agora?

Roberto Macedo: "Tabelar preços, tabelar juros...isso não existe na economia. Quantos exemplos nós tivemos, desde os 12% de juros propostos na Constituição de 1988 que nunca foram regulamentados, até serem retirados de cena; depois teve os fiscais do Sarney, com preços de produtos tabelados os 'fiscais' foram confiscar boi no pasto. Resultado: sumiram com os bois! Se você tabela o tomate, vai haver desabastecimento, vai sumir o tomate. Troca pelos juros: se você tabela os juros na canetada, é capaz de sumir o crédito ao consumidor. Mas o mercado não vai deixar isso acontecer. Só não vai baixar as taxas. Esse é o ponto". 

SBTNews: E se não aparecer outra ideia? 

Roberto Macedo: "A proposta de congelar, de tabelar os juros tem que ser considerada: mas só na ausência de alternativas melhores. Eu não entendo como o sistema financeiro, os bancos ainda não fizeram nada para trazer os juros para um patamar respeitável. O nível dos juros de cartão e etc hoje é um absurdo. O sujeito que entra no rotativo do cartão, no cheque especial, enfim, o cara que contrata esse crédito não tem noção da realidade. É uma cocaína financeira. O único remédio pra isso é a educação financeira, é o sujeito aprender que isso existe para não ser usado. Diante de um cenário como esse, se não houver alternativas mais inteligentes e responsáveis, eu acabo sendo a favor do tabelamento dos juros, sim. Mas pela ausência de atitude e de iniciativa do sistema financeiro e da área responsável do governo em coibir estes abusos."

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