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Barbeiro transforma ponto de táxi em barbearia após perder comércio em Porto Alegre

No dia 4 de maio deste ano, Laio viu tudo o que tinha ficar embaixo d'água, inclusive sua residência

Imagem da noticia Barbeiro transforma ponto de táxi em barbearia após perder comércio em Porto Alegre
Barbeiro faz de um ponto de taxi sua barbearia no RS | Reprodução
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Depois de ter a casa e o comércio invadidos pela enchente, o barbeiro Laio Carpes decidiu improvisar o comércio para garantir o sustento da família: um ponto de táxi se transformou em uma barbearia em Porto Alegre.

Era pelo bairro Sarandi, na capital gaúcha, que a vida de Laio acontecia: onde o barbeiro morava e trabalhava. Só que no dia 4 de maio, viu tudo que pertencia ficar embaixo d'água.

"Nessa aí de tirar as coisas de todo mundo, eu acabei deixando as minhas coisas pra trás. aí a minha família teve que ser resgatada de barco. aí no outro dia a gente veio, continuou ajudando as pessoas. Chegou um momento que não tinha mais muito o que fazer, tinha bastante voluntário. Eu comecei a pensar na minha família.", disse Laio

Em razão da enchente, ele e a familia estão na casa de parentes, no bairro Lomba do Pinheiro, na zona leste de Porto Alegre. Mas o barbeiro precisou voltar ao trabalho para dar um pouco de sustento à família.

"Deixei a minha esposa grávida de seis meses em casa. eu tenho um filho de quatro anos e as minhas coisas estão tudo ali. então se a gente não correr atrás, ninguém vai me dar, né?", explicou

Foi no improviso, nesse ponto de táxi, que o barbeiro decidiu tentar voltar, um pouco, à rotina. E também não deixar de atender os clientes. Para atrair o público, Laio está cobrando o valor do corte de cabelo abaixo do normal. E para quem perdeu tudo na enchente ele atende de graça.

O Adilson é cliente do Laio há pelo menos quatro meses. Ele também foi afetado pelas chuvas. mesmo assim, veio apoiar o barbeiro.

"Nessa fase assim, eu acho que a aparência da gente não é muito importante, eu vim mais cortar meu cabelo pra dar um apoio pra ele. Tanto o profissional, quanto o moral, porque ele também precisa, como todo mundo, ele sofreu perda, eu sofri perda. Cortando meu cabelo com ele, acho que eu posso dar uma força pra ele e melhorar um pouco a autoestima da gente também. Porque a gente acaba ficando tão triste de tudo que é sentido, tudo que vem acontecendo aí nesses últimos 15 dias"

Mas para atender a clientela, Laio precisa percorrer cerca de 40 km. Mesmo trabalhando, ele e a família estão se alimentando através de doações. E apesar do deslocamento ser maior do que antes, e do trabalho improvisado, os atendimentos não param por aqui. E há esperança de dias melhores.

"Eu queria só servir de exemplo pra quem está triste, meio depressivo com o que aconteceu. Parado a gente não vai conseguir nada, então a gente tem que se movimentar. Tem que jogar pensamentos positivos para inconsciente coletivo. Porque só tragédia, só tristeza já tem bastante. Já estamos reconstruindo. O dia melhor é esse, que a gente tá vivo. o céu tá ali. Olha o sol ali iluminando a gente. E é nós por nós. Vai dar certo", disse
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