O Brasil vive um momento de copo meio cheio, diz Galípolo
Diretor do Copom comentou a surpresa com o resultado do PIB: "país tem vantagens competitivas relevantes"

Guto Abranches
O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou o resultado da economia brasileira divulgado na manhã desta 6ª feira (01.set).
O PIB surpreendeu com crescimento de 0,9% no segundo trimestre, ante uma previsão média dos economistas e meio financeiro que falava em expansão de 0,3%. Ele participou do XP Expert, encontro de investimentos apresentado como um dos maiores do mundo.
"No caso do Brasil, eu enxergo o copo meio cheio no seguinte sentido: o país segue crescendo, o fiscal apresenta resultados melhores - do que no passado e em relação a outros países - daí o mercado estar respondendo bem. Se a gente olhar para os nossos pares, o Brasil se apresenta como um caso de vantagens comparativas e competitivas relevantes. Como um antigo professor meu dizia,' a economia do Brasil é uma espécie de besouro, que pelas leis da Física não poderia voar, mas avoa (sic)', disse Galípolo.
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O lado do copo 'meio vazio', para Galípolo, é o cenário internacional. Ele argumenta que as influências nas diferentes economias têm que estar na conta, para que se possa permitir ou restringir a política monetária no Brasil.
Galípolo comentou ainda os questionamentos do mercado quanto ao sucesso do arcabouço fiscal. Ele considera que as dúvidas são naturais: "o arcabouço não é um paper acadêmico, é um trabalho em construção. Sendo assim ele ganha um monte de defensores. O mercado guarda algum ceticismo quanto ao plano fiscal, o mercado tenta antecipar. Conforme os movimentos aconteçam na direção correta, ele responde positivo, reflete nas expectativas e permite um ciclo positivo".
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