Ibovespa em baixa por inflação e discurso duro de chefão do Fed
IPCA-15 vem acima das projeções de mercado depois de deflação no mês passado; Powell diz que pode subir juros
Guto Abranches
Não deu pro Ibovespa, nesta 6ª(25.ago). O termômetro da Bolsa de Valores de São Paulo baixou dos 116 mil pontos, com puxada forte do cenário doméstico e do exterior -- leia-se Estados Unidos -- também. Ao final da sessão, queda de 1,02% até os 115.837 pontos, com giro financeiro de R$ 18,7 bilhões.
Logo cedo já havia sinais de que o dia podia mesmo azedar. A inflação medida pelo IPCA-15 subiu mais do que o mercado esperava em agosto: 0,28%, e 4,24% em doze meses. Rima-rica para o discurso do Banco Central do Brasil (BCB) que volta e meia chama a atenção para o - ainda - necessário combate à alta de preços. Cenário pra lá de parecido com o exterior, pautado pela visão que os Estados Unidos têm de seu momento econômico. O tom foi dado pelo discurso do chefão do Federal Reserve, o Fed, Banco Central dos EUA. Jérome Powell falou em Jackson Hole , convenção tradicional que reúne banqueiros centrais de todo o mundo e altos executivos de instituições privadas. Não que o discurso tenha sido lá muito surpreendente, mas por reafirmar posições já adotadas é que o humor no mercado deu mostras de descontentamento. Powell disse, em resumo, que a autoridade monetária do país está alerta e pronta para voltar a elevar os juros caso a inflação insista em não convergir para a meta de 2% ao ano. Sinal mais do que suficiente para os analistas e investidores dividirem opiniões, e levar muita oscilação aos pregões.
Ao final do dia, Wall Street fechou assim:
- Dow Jones + 0,73%
- S&P 500 + 0,67%
- Nasdaq + 0,94%
No câmbio, o dólar cedeu 0,12% e foi cotado para venda a R$ 4,87.
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