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Economia

Consumo nos lares brasileiros fecha o semestre em alta, diz Abras

Preços de carnes e produtos básicos como óleo de soja tiveram queda expressiva; programas de renda ajudam

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Consumo brasileiros
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Os brasileiros consumiram 2,47% mais no primeiro semestre de 2023. O levantamento Consumo nos Lares Brasileiros, da Associação Brasileira dos Supermercados (ABRAS) foi divulgado nesta 5ª(27.jul). Na comparação junho ante maio, o indicador apresentou alta de 0,55%. Em relação a junho de 2022, a alta é de 6,96%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

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"Registramos um consumo consistente e gradual até o fim do semestre favorecido pelo recuo do desemprego, de reajustes salariais, da consolidação dos programas de transferência de renda. Para os próximos meses, se mantidas a menor pressão da inflação sobre a cesta de alimentos, o consumo tende a ser crescente, pois há datas importantes que incentivam o consumo como o Dia dos Supermercados, a Black Friday e as festas de fim de ano" - Marcio Milan, v.p. Abras

Fatores

Entre as influências que levaram ao resultado destacam-se:

  • Recursos dos programas de transferência de renda: R$ 85,4 bilhões do Bolsa Família, Primeira Infância e Auxílios Gás 
  • Reajustes do salário-mínimo em janeiro (7,42%) e em maio (1,40%) para mais de 60 milhões de pessoas: reajustes das bolsas da educação CAPES e CNPQ (R$ 2,4 bi), os reajustes dos servidores civis do Poder Executivo (R$ 11,2 bi), o 
  • Resgate do PIS/Pasep (R$ 20,2 bi) 
  • Pagamento dos lotes residuais de Imposto de Renda 2022 (R$ 618 mi) e a ampliação da isenção do imposto de renda para R$ 2.640,00
  • Pagamentos do 1º e 2º lotes de Restituição do Imposto de Renda (R$ 15 bi)
  • Pagamento de precatórios (R$ 31,1 bi)
  • Antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS (R$ 62,6 bi).

Tais fatores devem seguir influenciando o consumo no 2ºSEM.

Datas comemorativas

Também nos seis últimos meses de 2023 haverá datas como Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday, Natal e Ano Novo a beneficiar as compras, segundo os supermercadistas.

Cesta Abrasmercado

Os preços dos produtos reunidos na cesta Abrasmercado tiveram queda de 1,75% no semestre. Dentre os itens básicos, as maiores quedas no semestre foram óleo de soja (-24,52%), café torrado e moído (-3,42%) e farinha de trigo (-1,10%). Já as altas foram puxadas por farinha de mandioca (+9,53%), leite longa vida (+9,17%), arroz (+6,45%), feijão (+4,78%). 

As carnes foram os principais produtos da cesta com o maior recuo de preços no período. De janeiro a junho, a carne bovina (cortes do traseiro) registrou queda de -8,20% e os cortes do dianteiro (-5,88%), o frango congelado (-5,78%) e o pernil (-2,42%). Em junho, a variação ante maio foram: cortes do traseiro (-2,51%) e o corte dianteiro (-1,30%), o frango congelado (-1,27%) e o pernil (-2,40%).

Deflação

Em junho, todas as regiões pesquisadas registraram deflação nos preços da cesta, que passou de R$ 750,22 em maio para R$ 741,23, um recuo de -1,20%, na média nacional. Apenas o tomate (+4,08%) teve alta expressiva. Ainda nos hortifrutis, a cebola (-43,47%) e a batata (-4,47%) apresentaram quedas no período.

Na cesta de limpeza, os preços ficaram praticamente estáveis em junho, no entanto, no acumulado do semestre, desinfetantes (+5,16%), sabão em pó (+4,17%), detergente líquido para louças (+2,10%) e água sanitária (+1,77%) puxaram as altas na categoria.

Dentre os itens de higiene e beleza destacam-se o aumento de preços: sabonete (+5,28%), creme dental (+5,22%), papel higiênico (+4,42%), xampu (+3,76%).

Na análise regional, a maior queda no indicador ocorreu na região Norte (-2,11%), seguida do Centro-Oeste (-2,09%), Nordeste (-1,51%), Sudeste (-1,17%) e Sul (-0,30%)

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