À espera da decisão do Copom sobre os juros, Bolsa fecha em queda
Meio financeiro está ansioso pela decisão e mais ainda para saber como o BC comunicará os próximos passos
O mercado financeiro nacional viveu dia de expectativa pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) quanto aos juros. Não que haja grande diversidade de opiniões quanto ao que deve ser decidido, mas principalmente por conta do que pode ser sinalizado pela autoridade monetária. Em compasso de espera, o Ibovespa caiu 0,2% até os 119.622 pontos - mas com 118.415 na mínima do dia. Volume financeiro de R$ 25,5 bilhões.
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Na gestora de recursos Money You, chegam à marca dos 75% as apostas entre os analistas de que o Copom vai manter a Selic ( taxa referencial de juros ) nos atuais 13,75% ao ano por mais esta reunião; outros 15% falam em corte de 0,25 ponto percentual, e os 10% veem margem para um corte de 0,50 pp.
O que os analistas e investidores querem saber é com quais palavras a direção do Banco Central vai comunicar ao público interessado como fica o rumo da Selic daqui pra frente. Mais especificamente falando, como fica a taxa referencial na reunião do início do mês de agosto: aí sim, dadas as condições atuais de inflação em queda maior do que o esperado - incluindo desacelerações importantes dos núcleos antes preocupantes - , PIB encontrando formas de sinalizar um crescimento maior para o ano e a atividade política amparando as propostas de ajuste fiscal e reforma tributária, a pressão de todos os lados deve atingir seus efeitos e conduzir a uma redução de juros. Se não vier uma dica explícita de que vai haver cortes daqui a quarenta dias, um estalar de dedos que sugira atitude menos disposta a subir ou manter as taxas já será música aos ouvidos dos financistas.
Números e significados
"Trata-se de uma das mais importantes reuniões dos últimos tempos", assinala o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez. Também pela ansiedade quanto à sinalização do futuro pelo BC. "Avaliamos que o desafio da autoridade será na sinalização, ou ausência de, para a condução do juro. Hoje o mercado espera um sinal do BC sobre a possibilidade de afrouxamento monetário e a ausência desta sinalização trará um tom hawkish [aperto]", sentencia ele..
Outro ponto de observação relacionado por vários analistas, diz respeito ao horizonte relevante - que hoje pode-se traduzir por 2024 - para aferição dos efeitos das taxas de juros para a conversão do custo de vida à meta, que no ano que vem será de 3,2%.
Câmbio
No mercado de divisas, o dólar voltou a marcar leve recuperação, na casa de 0,27%. A cotação comercial para venda foi de R$ 4,79.
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