Inflação ao consumidor americano em 12 meses desacelera para 4%
Resultado de maio reforça expectativa por manutenção dos juros na reunião do Fed que começa nesta 3ª
Os preços ao consumidor americano no mês de maio perderam força significativamente. Os dados da inflação ao consumidor (CPI na sigla em inglês) desaceleraram de 4,9% ao ano em abril para 4,0% a.a. em maio, no recorte de tempo acumulado de 12 meses. Na comparação de maio sobre abril, o CPI oscilou 0,1%.
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O impacto de componentes mais voláteis como energia (deflação de 3,6%) e queda de gasolina e óleos combustíveis foi determinante na medida do mês. O senão fica por conta dos núcleos do indicador, que mantém desempenho em muito semelhante ao de abril: redução de 5,5% para 5,3% em 12 meses. Alguns grupos de produtos também sugerem resistir a perder força - é o caso de alimentos e custos residenciais, que voltaram a subir. A leitura sobre estes núcleos é considerada mais qualitativa em relação ao índice cheio.
Os resultados reforçam a expectativa de boa parte dos analistas de mercado, quanto à decisão sobre os juros nos Estados Unidos pelo Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA) na reunião que começa nesta 3ª (13.jun) e se estende até a 4ª. O "freio de arrumação" no ciclo de aperto nos juros tem tudo para ser a opção adotada pela autoridade monetária, não subindo juros nesta reunião e deixando no radar uma possível alta para o encontro do final de julho. No presente momento, não há qualquer aposta em finalização do ciclo de alta ao menos nestas duas reuniões. A margem de 100% de tendência de manutenção é admitida pelo mercado financeiro. A estratégia do Fed, se ratificar amanhã os juros entre 5,00% a.a e 5,25% a.a., é observar para confirmar que os preços estão desacelerando de forma sustentável. É como analisa Eduardo Velho, economista-chefe da JFTrust, gestor de recursos.
"A continuidade da desaceleração da inflação nos Estados Unidos é um alento positivo para economias emergentes, como o Brasil , beneficiando a revalorização parcial de suas moedas ante o dólar. O Federal Reserve pode manter as taxas de juros em junho e, quem sabe, mantê-las por mais tempo para evitar novas altas dos juros na frente , esperando pacientemente para o recuo da inflação e de sua convergência à meta. Com juros por lá não tão altos, torna-se mais atrativo investir em países emergentes como o Brasil, o que pode garantir mais influxo de dólares no país é assim manter o câmbio abaixo de R$ 5,00. E ainda ajuda no controle da inflação aqui dentro" - Eduardo Velho, JF Trust
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