Mercado financeiro tem dia de queda após plano fiscal; entenda
A Bolsa de Valores fechou com perdas pela terceira sessão seguida; dólar tem nova redução ante ao real
O Ibovespa encerrou a quarta-feira (24.mai) com a terceira queda consecutiva: - 1,03% aos 108.799 pontos.
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Os investidores se dividiram entre o cenário externo, considerada a questão do teto da dívida dos Estados Unidos - que vive um impasse a poucos dias da data limite para uma solução - e as repercussões da aprovação pela Câmara Federal do plano de ajuste fiscal.
Cenário Externo
Nos Estados Unidos não houve avanço significativo quanto ao Teto da Dívida Pública do país: a Casa Branca clama por uma ampliação no limite de endividamento do Tesouro americano, mas o partido Republicano age contra este encaminhamento. Sem mais espaço para os gastos, os EUA podem ter de assumir um calote nos compromissos públicos, o que seria inédito e com ramificações sobre os mercados de todo o mundo. Mas também houve ecos mais favoráveis: a Ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Banco Central dos EUA (Federal Reserve, Fed), do início do mês, deixou no ar a ideia de que o aumento de 0,25 ponto percentual sobre a taxa referencial poderia encerrar o ciclo de restrição via juros.
Resultado: os pregões em Wall Street viveram dia volátil com fechamentos no vermelho mas sem tanta intensidade. Confira:
- - Dow Jones: = 0,77%
- - S&P 500 : = 0,73%
- - Nasdaq : = 0,61%
Made in Brazil
Na cena doméstica o fato do dia foi a aprovação do plano de ajuste fiscal na Câmara. Diante disso, o mercado voltou a considerar que aumentaram as chances de um corte de juros pelo Banco Central mais cedo. Entre os economistas corre a interpretação de que o plano fiscal, revisado, tem mais responsabilidade do que o projetado inicialmente. "O novo arcabouço fiscal ficou mais austero que a versão inicial. Esta é uma importante vitória do governo, em especial do ministro Fernando Haddad, que tem o potencial de inaugurar uma nova fase no debate econômico do país", analisa André Perfeito, economista e consultor. Na opinião dele, a ideia de um governo extremamente gastador fica pelo caminho. E isso abre as portas para uma Selic menos resiliente.
" Dito isto é provável que vejamos o real se apreciar mais no curto/médio prazo, o que reforça uma perspectiva de inflação mais sob controle o que por sua vez reforça a perspectiva de queda de juros. Tudo isso sugere que o COPOM irá de fato iniciar o corte de juros em breve, muito provavelmente no início do segundo semestre" - André Perfeito, economista
No câmbio, o dólar voltou a perder cotação ante o real: queda de 0,38% e valor de venda a R$ 4,95.
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