Envolvido com petroleira, presidente da COP28 sofre pressão por renúncia
34 congressistas estadunidenses e 99 europeus enviaram carta à ONU, Comissão Europeia e governo americano
A escolha de Sultan Ahmed Al Jaber como presidente da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática de edição 28, a COP2, gerou estranheza na comunidade engajada com o tema no mundo. Até que nesta 3ª feira (24.mai) parlamentares dos Estados Unidos e da União Europeia redigiram uma carta aberta pedindo seu desligamento.
O motivo é compreensível: "uma profunda preocupação com a atuação dos lobbies de petróleo", diz o documento. Al Jaber é presidente da estatal de petróleo Adnoc. Um óbvio conflito de interesses entre a indústria de combustíveis fósseis e a redução de gases de efeito estufa provenientes de combustíveis fósseis prevista pelo Acordo de Paris.
A carta assinada por 34 congressistas estadunidenses e 99 europeus, foi enviada ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterrez, ao chefe de clima da ONU, Simon Stiell, à presidente da Comissão Europeoia, Ursula von der Leyen, e ao presidente dos EUA, Joe Biden. A resposta ao documento veio primeiro da própria COP:
"Acreditamos que sua experiência como engenheiro, trabalhando ao longo da carreira toda com energia e como um líder global sênior na indústria, são ativos que vão impulsionar a abordagem transformadora dos Emirados Árabes Unidos para a COP28", defende uma nota pública.
Entretanto, a empresa presidida por ele tem projetos de expansão. Inclusive, com novos poços de petróleo. O que para a ONU sempre esteve fora da meta de redução do aquecimento global, que pretende limitar seu avanço a 1,5°C em comparação ao período pré-industrial.
Veja também: