FMI reduz previsão para PIB global e do Brasil
Fundo Monetário Internacional prevê que economia global crescerá 2,8% em 2023, ante 2,9%; Para o Brasil, a expectativa é de 0,9%
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global, em relatório divulgado nesta 3ª feira (11.abr). As projeções também mostram que a economia brasileira (0,9%) deve crescer abaixo da média mundial e da média dos países da América Latina e Caribe
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Na projeção desta 3ª, a economia gloval deve crescer 2,8% em 2023, ante 2,9% da última projeção, em janeiro.
Se for considerado que "as recentes tensões do setor financeiro serão contidas", o crescimento cairá de 3,4% em 2022 a 2,8% em 2023, antes de subir lentamente e fixar-se em 3% durante cinco anos: "o prognóstico a médio prazo mais baixo em décadas", afirma o Fundo na atualização de suas Perspectivas da Economia Mundial.
O organismo espera ainda uma desaceleração acentuada nas economias desenvolvidas, de 2,7% em 2022 a 1,3% em 2023.
"A perspectiva anêmica" é um reflexo da alta das taxas de juros e das "políticas rígidas necessárias para reduzir a inflação", afirma o organismo.
É, além disso, um consequência da recente deterioração das condições financeiras, da guerra em curso na Ucrânia e "da fragmentação do crescimento geoeconômico", explica o relatório, em referência à tendência crescente de afastar-se da globalização que dominou a economia durante a segunda metade do século XX para abraçar medidas protecionistas.
Europa
Contudo, a previsão para a zona do euro melhorou e a região deve crescer 0,8% (+0,1 pp), assim como a do Reino Unido, que terminará o ano em recessão, mas em um nível melhor do que o esperado, com uma contração de 0,3%.
Alemanha também corre risco de recessão (-0,1% em 2023), enquanto a Espanha se encontra em melhor situação, com crescimento previsto de 1,5% em 2023 e 2% em 2024.
América Latina e Caribe
A economia da América Latina e do Caribe crescerá 1,6% este ano, 0,2 ponto percentual a menos do que o previsto em janeiro, em um contexto marcado por uma inflação subjacente "obstinada", informou o FMI.
Ao atualizar as suas perspectivas econômicas, o Fundo Monetário Internacional prevê ainda que a economia brasileira vai avançar 0,9% (-0,3 ponto percentual na comparação com a previsão de janeiro) e a do México 1,8% (+0,1pp).
Também prevê que Argentina deve crescer 0,2%, Bolívia 1,8%, Colômbia 1%, Equador 2,9%, Paraguai 4,5%, Peru 2,4%, Uruguai 2% e Venezuela 5%. A América Central crescerá 3,8% e o Caribe 9,9%.
A economia do Chile, por sua vez, registrará contração de 1% este ano, afirma o Fundo.
Para 2024, o FMI prevê um crescimento regional de 2,2%.
China
A China atua como locomotiva econômica mundial e sua recuperação alivia os problemas na rede de abastecimento. Porém, suas perspectivas também não são animadoras.
Após abandonar a política de covid zero, a economia chinesa crescerá 5,2% em 2023, mas desacelerará a partir de 2024 até 4,5%, um número muito baixo para o país.
Este panorama levou o FMI a mudar de ideia a partir de janeiro: já não fala mais em "aterrissagem suave", com uma inflação baixa e crescimento constante da economia. Agora, adverte que a inflação persiste e a situação do setor financeiro traz incertezas.
"Há riscos para a economia chinesa, em especial, no setor imobiliário. A reabertura (após a covid zero) também foi marcada por um aumento no consumo, mas não tão alto como o que vimos em outros países", afirmou o economista-chefe do FMI.
E há mais riscos no ar: os "níveis de dívida continuam altos", uma intensificação da guerra na Ucrânia pode disparar novamente os preços das matérias-primas e "as tensões geopolíticas são altas", conclui.
* Com reportagem de Eva Rodriguez Lorenzo, da AFP