Pequenos negócios em comunidades do RS movimentam R$ 12 bi por ano
É o que mostra um levantamento feito pelo Sebrae com 1.500 empreendedores do estado
Luciane Kohlmann
Um estudo feito pelo Sebrae do Rio Grande do Sul revelou que os pequenos empreendedores de comunidades do Rio Grande do Sul movimentam R$ 12 bilhões com suas empresas todos os anos.
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Além do perfil do empreendedor, o levantamento mostrou os desafios e oportunidades de 1.500 pequenos empresários das periferias do estado. São pessoas que faturam até R$ 2 mil por mês. Em Porto Alegre, 80% querem seguir empreendendo e desejam ampliar os negócios. Mas a maioria, 84%, esbarra na falta de orientação financeira.
A baixa escolaridade ainda é um desafio para 53% dos entrevistados, que têm até o ensino fundamental. A pesquisa mostra que quase todos, 98% dos entrevistados, moram em comunidades. O orçamento de 91% dos pesquisados vem da própria empresa, mas apenas 30% são formalizados.
O gerente regional do Sebrae do Rio Grande do Sul, Ciro Vives, explica que muitas pessoas precisaram empreender em momentos de dificuldades financeiras. "Pessoas que ou foram demitidas, ou estavam em uma condição de necessidade e precisavam empreender, elas montaram negócios".
É a realidade da comerciante Tatiane França de Oliveira. Foi depois do pesadelo de perder o emprego que ela realizou o sonho de abrir uma loja de roupas. Para economizar no aluguel, construiu no próprio terreno e apostou na clientela vizinha. "As pessoas que trabalham por aqui, elas não têm esse tempo de sair para tão longe e preferem comprar aqui".
Durante a pandemia, a empresária Patrícia Possuelo precisou fechar a antiga empresa de decoração de festas. Para continuar empreendendo, passou a produzir doces e salgados em casa, no bairro Restinga, em Porto Alegre. Hoje, ela dribla a dificuldade para conquistar clientes e aumentar o negócio. "Mesmo tendo um CNPJ, ainda é difícil, principalmente para pessoas periféricas, porque às vezes não consegue comprovar o quanto realmente ganha".
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