É possível reduzir a pobreza sem desmatar a Amazônia: estudo mostra opções
Conforme a pesquisa, se o Pará reflorestar 5,9 milhões de hectares, poderá gerar R$ 13,6 bilhões
Ao contrário do que muitos dos que praticam defendem, o desmatamento da Amazônia não contribui com o desenvolvimento econômico ou social. É o que mostra um estudo do Instituto Escolhas.
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"Muita gente duvida. Como acabar com o crime se as pessoas dependem dele para comer e sobreviver? É possível fazer isso de forma diferente", destaca Sergio Leitão, um dos pesquisadores.
A economia verde -- também chamada de bioeconomia -- reduz a pobreza, justamente, quando mantém as árvores, recupera as florestas e promove atividades em meio a elas, como a horticultura.
"O caminho para o governo acabar com o desmatamento e tirar as pessoas que são utilizadas, infelizmente, como mão de obra pra motosserra, é apostar no replantio de florestas", alerta Sérgio.
Conforme a pesquisa, se o Pará reflorestar 5,9 milhões de hectares, poderá gerar R$ 13,6 bilhões em receitas, criar um milhão de empregos diretos e indiretos e reduzir em 50% o índice de pobreza.
No Maranhão, a recuperação de 1,9 milhão de hectares de florestas poderia render R$ 4,6 bilhões de receitas, criar 350 mil empregos diretos e indiretos e reduir o índice de pobreza em 21,5%.
Com as hortaliças, se a produção anual do Pará passar de 54,9 mil toneladas para 170 mil ton, pode gerar R$ 682 milhões, criar 86 mil empregos diretos e reduzir em 6% o índice de pobreza.
Se o Maranhão aumentar a produção de 29,2 mil toneladas para 187 mil ton, poderá gerar R$ 600 milhões em renda, criar 134 mil empregos diretos e reduzir em 9% o índice de pobreza no estado.
O pesquisador lembra que "as pessoas não precisam ter como única possibilidade de geração de sustento dos seus filhos desmatar a floresta. Aqui tem dois exemplos muito claros".
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