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Economia

Volta às aulas pesa no bolso e eleva inflação

IBGE registrou alta de 0,84% em fevereiro; segundo instituto, volta às aulas elevou índice

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Volta às aulas pesa no bolso e eleva inflação
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Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) -- a inflação oficial do país -- foi de 0,84%. Segundo o IBGE, o grupo Educação foi o responsável pelo maior impacto (0,35 p.p.) e com a maior variação (6,28%). Sobre a variação desse grupo, o instituto informa que "é a taxa mais alta desde fevereiro de 2004, quando teve variação de 6,70%".

Seguidos de Educação, os grupos responsáveis pelas maiores altas foram Saúde e cuidados pessoais (1,26%) e Habitação (0,82%), que aceleraram em relação a janeiro. 

Por outro lado, Transportes (0,37%) e Alimentação e bebidas (0,16%) tiveram variações inferiores às do mês anterior. Os demais grupos ficaram entre o 0,11% de Artigos de residência e o 0,98% de Comunicação.

No ano, a inflação acumula alta de 1,37% e, nos últimos 12 meses, de 5,60%, abaixo dos 5,77% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2022, a variação foi de 1,01%. 

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,77% em fevereiro, acima do registrado no mês anterior (0,46%). No ano, o INPC acumula alta de 1,23% e, nos últimos 12 meses, de 5,47%, abaixo dos 5,71% observados no período anterior. Em fevereiro de 2022, a taxa foi de 1,00%.

Índice IBGE

Índices de educação

De acordo com o IBGE, os reajustes que normalmente acontecem no início do ano letivo tiveram "grande peso na alta verificada em Educação". Os cursos regulares subiram 7,58%, puxados pelas altas de ensino médio (10,28%), ensino fundamental (10,06%), pré-escola (9,58%) e creche (7,20%). 

O subitem ensino fundamental foi o maior impacto individual no índice do mês, com 0,15 p.p. Também se destacaram as altas do ensino superior (5,22%), dos cursos técnicos (4,11%) e de pós-graduação (3,44%).

"Fevereiro é sempre muito marcado pela educação, pois os reajustes efetuados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano são contabilizados nesse mês. Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao próprio IPCA, ou seja, o reajuste das mensalidades é baseado na inflação do ano anterior", explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.


Demais altas

Segundo o IBGE, o grupo Saúde e cuidados pessoais, influenciado principalmente pelo aumento de 2,80% nos preços dos itens de higiene pessoal, teve variação de 1,26%. Após a queda de 5,86% em janeiro, os perfumes tiveram alta de 7,50% e contribuíram com 0,08 p.p. no índice do mês.

Os preços dos produtos para pele subiram 4,54%, com impacto de 0,02 p.p. no IPCA de fevereiro. Houve, ainda, o resultado do plano de saúde (1,20%), que "segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023", aponta o IBGE.

No grupo Habitação (0,82%), a maior contribuição (0,05 p.p.) veio da energia elétrica residencial (1,37%). Em relação aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em fevereiro: a maior variação foi em Curitiba (1,09%), devido às altas dos cursos regulares (5,97%), da gasolina (3,37%) e da energia elétrica residencial (5,94%). Já a menor variação foi registrada em Rio Branco (0,44%), onde houve queda de 2,04% da energia elétrica residencial.

Variação negativa 

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, somente Vestuário apresentou variação negativa (-0,24%). As quedas das roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%) impulsionaram o resultado. "Esse grupo vinha apresentando sucessivas altas há muito tempo. É natural, portanto, que os preços comecem a baixar", diz Pedro.

Em Transportes (0,37%), a maior contribuição (0,05 p.p.) veio da gasolina (1,16%), que foi o único combustível com alta em fevereiro. Etanol (-1,03%), gás veicular (-2,41%) e óleo diesel (-3,25%) tiveram quedas superiores a 1%. "Os preços das passagens aéreas, que recuaram 9,38%, contribuíram para a desaceleração do grupo na comparação com o mês de janeiro (0,55%)", avalia o IBGE.

Já o resultado do grupo Alimentação e bebidas sofreu influência da desaceleração da alimentação no domicílio, que passou de 0,60% em janeiro para 0,04% em fevereiro. 

Houve queda mais intensa nos preços das carnes (-1,22%), da batata-inglesa (-11,57%) e do tomate (-9,81%), que tinham tido altas no mês anterior (14,14% e 3,89%, respectivamente). Contudo, no sentido oposto, o IBGE anuncia que o destaque foi uma marca de leite (4,62%), cujo preço voltou a subir após seis meses seguidos de quedas.
 

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