Funcionários e sindicatos voltam a conversar sobre Americanas
A proximidade de março aquece as preocupações sobre demissões e direitos dos trabalhadores; o mês é o limite
SBT News
Funcionários das Lojas Americanas e dirigentes do sindicato dos comerciários de São Paulo voltaram a conversar nesta sexta-feira. Março está chegando e o mês é considerado crucial na decisão sobre os empregos - e sobre o plano de recuperação da rede varejista.
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O sindicato já visitou pelo menos cem unidades das lojas na capita paulista. A ideia é saber como está o clima no trabalho, principalmente em face aos rumores sobre demissões, para poder orientar a categoria quanto ao que fazer. Cada trabalhador recebe uma cartilha com informações sobre o andamento das negociações e sobre o passo-a-passo do caso na justiça.
"É principalmente informar o que eles têm direito, como fica a minha hora-extra, como é se eu for demitido, o que eu vou receber, o que a empresa pode e não pode", explica Jozymar Andrade, diretor do sindicato.
Os representantes dos trabalhadores também querem se certificar se algum funcionário já foi demitido desde que teve início a crise das Americanas. O Ministério Público determinou que nenhum trabalhador seja dispensado até o dia vinte de março, que é a data limite para que a varejista apresente o plano de recuperação. Outra providência tomada pelo sindicato foi entrar com uma ação pedindo o bloqueio de um bilhão e meio de reais para garantir o pagamento dos salários dos funcionários, caso haja falência da empresa. A Justiça negou, o sindicato recorreu e aguarda uma decisão definitiva.
"A situação é muito mais grave, porque tem uma corrente, os fornecedores, tem muitos fornecedores de pequenas empresas, que também estão para receber recursos. E esses 45 mil são funcionários diretos, mas se colocar os indiretos, multiplica por três ou quatro vezes", garante Ricardo Patah, presidente do sindicato dos comerciários de São Paulo.
Entenda o caso
As Lojas Americanas revelaram um rombo estimado em quarenta e três bilhões de reais. Dois bancos que emprestaram dinheiro para a rede varejista, o Bradesco e o Safra, entraram na Justiça para impedir que qualquer pagamento seja feito a credores até a aprovação do plano de recuperação. Foi uma reação à autorização judicial dada às Americanas para pagar antecipadamente mil e trezentas ações trabalhistas e pequenos fornecedores.
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