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Economia

Maioria das indústrias quer mudar contratação de energia, diz CNI

Pesquisa inédita fala em economia de 15% a 20% para empresas que comprarem no mercado livre; entenda

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torre de energia
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A maioria das indústrias que integram o chamado mercado cativo de energia querem mudar para o mercado livre. A conclusão faz parte da Sondagem Especial - Indústria e Energia, divulgada nesta sexta-feira (03.fev) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

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De acordo com o levantamento, 56% das indústrias do mercado cativo -- aquele tradicional, com aquisição de energia feita junto às concessionárias -- querem alterar a modalidade da contratação de energia, passando para o mercado livre a partir de 2024. Nesta data, as empresas de enquadramento tarifário de alta tensão podem migrar para o mercado livre, com base na Portaria n° 50/2022 do Ministério de Minas e Energia (MME). A pesquisa da CNI aponta que, hoje, 10,5 mil empresas operam nesse mercado, e há potencial para muitas outras ingressarem. "O momento é de preparação por parte dessas empresas para a migração. 2023 será um ano para estudar o mercado, planejar e fazer contas sobre a viabilidade de ingressar no mercado livre. A estimativa é de que 45 mil indústrias têm condições de migrar a partir de 2024", afirma Roberto Wagner Pereira, especialista em Energia da CNI.

Divisão de mercado 

No mercado livre, as companhias industriais - e empresas de outros setores também - negociam diretamente com as empresas que comercializam energia. A Sondagem da CNI aponta ainda como se dá a divisão desta participação de acordo com o porte de cada indústria.

- Grandes empresas: 59% estão no mercado livre das quais 52% integram exclusivamente esse mercado.

- Médias empresas: 57% no mercado cativo e 25% exclusivamente no mercado livre

- Pequenas empresas: 70% no mercado tradicional e 6% exclusivamente no mercado livre

Vantagem econômica

As empresas que fizerem a opção por trocar, ao menos parcialmente, a modalidade de aquisição de energia, irão economizar em média de 15% a 20% na conta de luz, calculam os técnicos da Confederação do setor. Motivo de sobra para levar 59% das grandes empresas a afirmarem que há possibilidade de migrar para o mercado livre. Entre as indústrias de médio porte, são 61% e, entre as pequenas empresas, 48% indicaram a possibilidade de migrar. Energia elétrica é fonte usada por 78% das indústrias,  aponta a CNI. As outras fontes são o óleo diesel (4%), gás natural (4%), lenha (3%) e bagaço de cana (2%). Nos últimos 12 meses, aumentou em média 13% o custo da produção industrial por conta dos gastos com energia elétrica. O impacto foi considerado relevante para 75% das companhias. 

A busca pela eficiência energética também decorre da busca por redução de despesas. 52% das empresas tem investido em equipamentos mais eficientes. Entre as grandes empresas esta fatia é maior: 63%. Um quinto das indústrias tem buscado diversificar as fontes de energia. 

Para a Sondagem a CNI ouviu 2.016 empresas: 794 pequenas; 724 médias e 498 grandes. 

Entenda

- O mercado livre de energia elétrica é um ambiente de negócios no qual empresas geradoras, comercializadoras e consumidoras podem contratar e negociar livremente o fornecimento de energia elétrica.

- O mercado cativo ou Ambiente de Contratação Regulada (ACR) é uma modalidade de negociação que possibilita as distribuidoras comprarem energia elétrica em leilões por um preço definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). As distribuidoras revendem a energia comprada para o mercado de consumidores que estão na sua região de atuação. As tarifas são reguladas e compostas pelos custos da compra, transmissão e distribuição da energia, além dos tributos. É importante ressaltar que os valores das tarifas são reajustados todos os anos e não podem ser negociados. 

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