Ex-CEO da Americanas cita ausência de transparência e problemas em reportes
Sérgio Rial segue assessorando a empresa; rombo bilionário será investigado
Marianne Paim
O ex-presidente-executivo das Americanas (AMER3) Sergio Rial participou de uma conferência nesta 5ª feira sobre os problemas contábeis divulgados na véspera pela companhia. O buraco indica um rombo de, pelo menos R$ 20 bilhões. Diretamente da sede do BTG Pactual e transmitida online para número limitado de participantes, Rial disse que, apesar de ficar por apenas 10 dias no comando das Americanas, encontrou problemas relacionados a falhas em identificação de financiamentos bancários.
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De acordo com ele, estes deveriam ter sido identificados como dívida.
"Uma das primeiras coisas que me chamou atenção é por que nas cartas de circularização aos bancos isso não aparece como dívida", disse Rial, se referindo a problemas com reportes de contratos das Americanas de financiamento voltados ao pagamento de fornecedores.
Na véspera, a companhia divulgou um fato relevante com poucos detalhes afirmando que em uma análise "preliminar" identificou "inconsistências" contábeis, mas que acredita que "o efeito caixa dessas inconsistências seja imaterial".
Em sua fala, transmitida apenas em parte pelo canal do banco no Youtube, Rial afirmou que identificou "sinais de que talvez o nível de transparência e talvez a vontade da própria gestão em querer falar de problemas e desafios não estivesse tão fluída na organização como deveria".
Ação derrete
As ações da Americanas estão em leilão na B3, com a previsão de abertura a partir das 13h55 (horário de Brasília) sendo frequentemente postergada em meio ao cenário de abertura em queda extrema. Os ativos estão com preço no leilão a R$ 2,10, o que representa uma queda de 82,50% e depois de ter chegado a R$ 1,20 (baixa de 90%) em relação ao fechamento da véspera. A B3 liberou um limite de baixa para os ativos para 99% na sessão de hoje.
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