Cai a busca por crédito em todas as faixas de renda, diz Serasa Experian
Consumidores com faixas de renda entre R$ 500 e R$ 1.000 estão entre os que mais evitaram tomar empréstimos
Guto Abranches
A queda da demanda por crédito por parte do consumidor de todas as faixas de renda beirou 2 pontos percentuais a mais em novembro, na comparação com o mês anterior. Na média, a redução nos pedidos por empréstimos e financiamentos foi de 16,7%. O número de outubro, apontava uma baixa menor, de 14,8%. Esta retração, computada agora, é a marca mais expressiva do ano, de acordo com a pesquisa Indicador de Demanda dos Consumidores por crédito, da Serasa Experian.
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Mas houve retrações acima deste percentual. A faixa de renda entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00 reduziu em 17,8% as tomadas de crédito. A faixa de renda superior a R$ 10.000,00, normalmente menos afeita a lançar mão dos empréstimos, também reduziu sua disposição em solicitar recursos: - 14,7%. Veja o quadro completo abaixo.
E se engana quem acha que a concessão de benefícios emergenciais foi a responsável pela redução. De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, os benefícios são estimuladores dos pedidos de crédito. " Os consumidores que, eventualmente, não têm renda para comprovar, na hora de pedir empréstimos e outros produtos financeiros, com os benefícios passam a ter o que apresentar como garantia", diz ele. E este elemento joga a favor, principalmente, do consumidor de renda menor.
Inflação e juros
O fato é que a inflação ainda se faz sentir no bolso e no orçamento do consumidor. Apesar das deflações recentes, o poder de compra hoje está mais baixo do que no ano passado. Com isso, diminui a capacidade de pagamento e, consequentemente, os pedidos por crédito. E mesmo em períodos de maior apelo comercial, como Black Friday, os compradores têm evitado as aquisições não essenciais.
Contra inflação alta, o remédio amargo é a taxa de juros mais elevada. O que faz subir as prestações, porque o "preço do dinheiro" sobe.
" Os juros subiram mais ainda depois das eleições, principalmente os juros futuros. As prestações deixaram de caber no bolso do consumidor, ainda mais nos financiamentos longos, para compra de imóveis e carros " - Luiz Rabi, Serasa Experian
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