CNI considera "importantíssima" a recriação do Ministério da Indústria
Atualmente, setor responde por 22% do PIB brasileiro
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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, disse nesta 3ª feira (6.dez) que a entidade acha "importantíssima" a recriação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). A pasta foi extinta pelo governo Jair Bolsonaro (PL) em 1º de janeiro de 2019.
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De Andrade abordou o assunto em entrevista a jornalistas. "Desde o início do governo Bolsonaro, nos colocamos contrários a terminar com o ministério, principalmente ligar esse ministério em Fazenda, porque quem toma conta do caixa não pode ser a pessoa que faz planejamento e desenvolvimento. E, ainda mais depois da covid e a guerra na Ucrânia, todos os países estão vendo que é a indústria que pode fazer o crescimento do desenvolvimento dos países, da economia, gerar emprego de qualidade, pagando melhores salários, fazer desenvolvimento de tecnologia. Então a gente tem visto aí as experiências de Estados Unidos, Alemanha, Japão, China, França, que estão investindo muito na indústria local como uma forma de geração de emprego, de renda e de desenvolvimento", iniciou o presidente da CNI.
Na sequência, pontuou: "Então nós achamos importantíssima a recriação do MDIC, com uma estrutura boa, adequada, diretamente ligado ao presidente, claro, mas que também tenha os recursos necessários para fazer um plano, uma política industrial de longo prazo". Ainda de acordo com ele, o país precisa prever que num período de um ano, a partir de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) tem que crescer pelo menos 4% ao ano "e, para isso, a indústria precisa crescer no mínimo esses 4% ao ano". "A gente vê que agricultura é um setor que hoje tem mais desemprego do que emprego, a indústria que emprega mais, e a indústria que dá competitividade e produtividade a outros setores da economia, como agricultura e como serviços. Então nós precisamos investir fortemente na indústria, principalmente em inovação e em tecnologia, e nessa política de longo prazo, porque o Brasil precisa ter uma política industrial sólida, eficaz e que possa fazer com que a indústria brasileira tenha uma retomada grande", concluiu.
Atualmente, o setor responde por 22% do PIB brasileiro. Conforme Robson Braga de Andrade, possui condições para chegar a 25% em três ou quatro anos. Outro tema sobre o qual falou na entrevista foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado nesta 3ª feira (6.dez). "Eu entendo a necessidade de termos aí um Bolsa Família, porque hoje tem um bolsão de pobreza muito grande no Brasil e nós precisamos cuidar dessas pessoas, então eu acho que é necessário. Por outro lado, temos que ver se não tem possibilidade de corte de gastos e outras despesas em outros setores que estão sendo mal geridos. Acredito que é um Congresso responsável que está analisando [a PEC]", pontuou.
Ele disse também que a CNI defende a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico: "Nós somos favoráveis à entrada do Brasil na OCDE o mais rápido possível. E a entrada na OCDE a nós brasileiros garante uma pressão para que a gente faça o dever de casa com reforma tributária, com a reforma administrativa, de nos adequarmos aos indicadores da OCDE, que são indicadores voltados para crescimento, desenvolvimento, emprego, saúde". Em 6 de outubro deste ano, o Governo Federal entregou o memorando para entrada do país na organização.
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