CNI: indústria tem nova queda no ranking mundial de produção e exportação
Participação brasileira mantém tendência de baixa e ocupa menor fatia do mercado desde 1990
O desempenho da indústria de transformação brasileira no ano passado refletiu a perda de competitividade do país. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados nesta 6ª feira (14.out), a produção nacional registrou recuo na participação mundial de 1,31%, em 2020, para 1,28%, em 2021. Com isso, o Brasil caiu para a 15ª posição, sendo ultrapassado pela Turquia.
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Já no indicador referente às exportações mundiais de bens da indústria de transformação, a fatia de participação brasileira cresceu de 0,77%, em 2020, para 0,81%, em 2021. O aumento, no entanto, não deve ser suficiente para subir ou manter a posição do país no ranking, o que deve levar o Brasil a cair uma colocação, passando de 30º para 31º lugar, perdendo espaço para a Indonésia.
Com a queda da participação brasileira no setor, o país ocupa a menor fatia desde 1990 e mantém a tendência de queda desde 1996. O Brasil se manteve entre os 10 maiores produtores industriais do mundo até 2014, mas com a recessão de 2014 a 2016 e a desvalorização do real, perdeu posições para o México e a Indonésia.
"Para reverter essa trajetória de perda de participação nas exportações de bens industriais, precisamos de uma estratégia nacional de comércio exterior, que endereça os velhos desafios de competitividade como a burocracia e os resíduos tributários nas exportações e, ao mesmo tempo, amplie e aprimore nossas redes de acordos comerciais para evitar dupla tributação com parceiros estratégicos", afirma a gerente de Comércio e Integração Internacional, Constanza Negri.
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Na análise do Brasil e dos principais parceiros comerciais, a China e os Estados Unidos registraram os melhores desempenhos. Entre 2020 e 2021, a participação dos Estados Unidos no valor adicionado da indústria de transformação mundial cresceu de 16,59% para 16,76%. Em relação à perda de participação entre 2020 e 2021, o Japão e a Alemanha registraram os maiores índices.