Inflação ao produtor nos Estados Unidos vem acima das expectativas
0,4% em setembro alerta para subida de juros; preços ao consumidor devem confirmar agressividade do Fed
Não chega a ser surpreendente, mas que havia muita torcida... havia. A inflação nos Estados Unidos, medida pelo Índice de Preços ao Produtor (PPI na sigla em inglês), avançou 0,4% em setembro na comparação com o mês de agosto. A taxa veio acima da média das expectativas, que girava em torno de 0,2%.
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O resultado foi divulgado nesta 4ª feira (12.out) pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos (Bureau of Labor Statistics). Em 12 meses terminados em setembro, o indicador sobe 8,5%, também ligeiramente acima das projeções que apostavam em 8,4%. Já quando se considera o período de 12 meses encerrado em agosto, nota-se uma ligeira desaceleração uma vez que, no mês passado, o acumulado anual apontou 8,7%.
Componentes
Se descontados componentes mais sujeitos a influências sazonais, como serviços de alimentação, energia e comércio, o índice teve alta de 0,4% no mês e acumula ainda 5,6% em relação ao mesmo período de 2021. Todos vetores que vão pesar na próxima decisão sobre os juros, na reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC), do Banco Central americano ( FED), no início do mês que vem. E que devem contar ainda com a influência da inflação ao consumidor (PCI) que sai nesta 5ª feira (13.out). Mesmo que haja alguma desaceleração, a oscilação não deve alterar o encaminhamento da política monetária adotada para enfrentar inflação que se aproxima de marca histórica em décadas.
Em linhas gerais, o mercado já fala em manutenção da "atitude agressiva" por parte do Fed, o que se traduz na expectativa de uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Se confirmada, a taxa de juros nos Estados Unidos subirá para o intervalo entre 3,75% e 4%.
Ata do Fomc
A respeito da decisão de elevar os juros nos EUA em 0,75pp no final de setembro, o Federal Reserve divulgou a Ata da reunião nesta 4ª feira. O documento deixa clara a disposição em manter o aperto monetário para assegurar o compromisso de baixar a inflação. Mesmo considerando o impacto que a desaceleração da economia, adjacente à redução da inflação, possa ter sobre o mercado de trabalho. Até porque, o próprio cenário do emprego e renda, apresenta-se ainda como importante fator de pressão sobre o custo de vida.
A Ata do Fomc aponta para a possibilidade de subir juros para o intervalo de 4,25% até 4,50% no fechamento de 2022, e entre 4,50% e 4,75% no ano que vem. O Federal Reserve tem declarado repetidamente que vai perseguir a adequação da inflação à meta, que é de 2%.
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