Após polêmicas, Liz Truss desiste de corte de impostos para ricos
Primeira-ministra havia anunciado um pacote de redução de impostos para quem tem alta renda

Pablo Valler
O novo plano econômico traçado para o Reino Unido pela primeira-ministra Liz Truss tomou o mercado financeiro de polêmicas. A libra ficou dias em queda livre, forçando o Banco da Inglaterra (BOE) a vender títulos para angariar fundos. Do contrário, haveria um endividamento do estado.
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É que, em sua maioria, as ideias seriam de diminuir impostos, ou seja, a arrecadação federal. Entre elas, estava a proposta de acabar com as altas taxas aos mais ricos. Por lá, existe uma alíquota máxima que pode chegar a 45% do valor sobre salários que passam de 150 mil libras. Agora, o imposto deve permanecer, conforme anunciado nesta 2ª feira (3.out), em um evento do Partido Conservador.
O partido teve grande perda de apoio entre os eleitores devido às propostas, mostraram os institutos de pesquisa. À BBC, o secretário de Finanças, Kwasi Kwarteng, disse que reparou nas reações: "Estávamos conversando com toda uma gama de interessados e sentimos que a questão dos 45% estava abafando o resto do pacote econômico", defendendo que também existiam propostas consideradas boas -- ao menos para ele. Depois, em outra entrevista, o secretário disse: "Eu entendo."
No domingo passado (25.set), Michael Gove, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro Boris Johnson, criticou que o corte era "moralmente errado". Não foi apenas ele. Já havia uma onda de manifestações na imprensa e redes sociais, dando sinais de que o governo teria dificuldades para aprovar o corte de impostos aos mais afortunados.
Mesmo assim, Truss e Kwarteng mantiveram o plano fiscal por mais de uma semana. Para esta 2ª ou 3ª, os britânicos esperam que o PC faça um novo pronunciamento, desistindo de parte do pacote.
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