Nova lista de restrições ambientais da Europa preocupa agro brasileiro
Lei votada nesta 3ª feira, que envolve desmatamento, pode atingir 40% das exportações do setor
Assim que o Parlamento Europeu aprovou uma lista mais extensa de produtos que podem ser banidos das importações, entidades do agronegócio brasileiro reagiram.
Na política, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), da Câmara dos Deputados, emitiu nota lembrando o Código Florestal e quanto as propriedades rurais são obrigadas a preservar dentro das porteiras. Por exemplo, no caso do bioma amazônico, 80%.
"Diante de uma preservação que representa 57% do território nacional (Serviço Florestal Brasileiro), incumbe ao Brasil repassar seus ensinamentos aos países que exauriram seus recursos ambientais, em troca de um desenvolvimento 'insustentável'", diz a nota.
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A FPA não cita que, apesar da lei, não sabe se as propriedades rurais respeitam. Dos 6,5 milhões de imóveis com Cadastro Ambiental Rural, apenas 28,6 mil -- 0,5% -- foram analisados pelo governo federal, conforme o Serviço Florestal Brasileiro (SFB).
A dificuldade para provar pode ser a real preocupação do setor. Do volume que exporta, 40% vão para a Europa. A soma passou dos US$ 14 bilhões em vendas em 2021, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.
Mas, a forma sobre como os embargos devem ser decididos também pode depender de outras ferramentas. O que pode ajudar. Monitoramentos por satélite e auditorias do próprio bloco econômico estariam em questão, causando inquietação no setor.
Barrados no porto
A lei original proíbe carne bovina, cacau, café, óleo de palma, soja e madeira. Também inclui produtos que tivessem em sua fabricação alguma dessas matérias-primas, como couro, chocolate e móveis.
Já o texto votado nesta 3ª feira (13.ago) planeja incluir na lista a carne suína, de frango, ovinos e caprinos, além de milho, borracha, carvão e produtos de papel impresso.
O texto mais rígido ainda terá de ser submetido a votação nos 27 Estados-membros do bloco antes de entrar em vigor.
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