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Economia

Estudo analisa traders da soja e políticas anti-desmatamento

Das 7 maiores comercializadoras, 5 descrevem políticas de relacionamento com fornecedores

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Soja
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Sete das principais traders da cadeia de soja brasileira foram analisadas pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), que publicou o estudo inédito Políticas Corporativas de Não Desmatamento das Principais Empresas Comercializadoras de Soja no Brasil. São elas: as multinacionais norte-americanas ADM (Archer Daniels Midland Company), Bunge, Cargill, a chinesa Cofco, a francesa Louis Dreyfus Company, a canadense Viterra e a brasileira Amaggi.

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Além de tentar entender como as empresas estão lidando com a pressão mercadológica e popular pelo fim do desmatamento, a pesquisa avaliou se o meio ambiente está sendo respeitado como um direito humano.

"O relatório buscou contribuir para aumentar o entendimento sobre o nível de ambição desse setor e como ele comunica. As políticas corporativas são o primeiro passo para as empresas se posicionarem e apontarem para onde pretendem avançar", explicou o coordenador de Cadeias Agropecuárias Responsáveis do Imaflora, Lisandro Inakake de Souza.

O estudo constatou que há temas recorrentes em quase todas as políticas, como o monitoramento de áreas, da cadeia de fornecimento e o cumprimento de leis nacionais e internacionais. "Mesmo que esses sejam pontos considerados fortes, as políticas que os envolvem não são objetivas e alguns compromissos são redigidos em tom de condicionalidade, não deixando claro se ocorrerão de fato", diz Lisandro. "Essa imprecisão confere um grau de insegurança", completa.

O engajamento em ações colaborativas e parcerias de fornecimento sustentável também foram temas considerados fortes. Cinco das sete políticas analisadas descrevem as iniciativas com organizações semelhantes, sociedade civil e governo para promover a eliminação do desmatamento. Seis das sete políticas fazem referência ao compromisso com a Moratória da Soja, acordo voluntário criado em 2006 que busca eliminar o desmatamento na Amazônia.

Entretanto, os compromissos não abrangem outros biomas, como o Cerrado, onde a representação em termos de área plantada e volumes comercializados é maior. Das sete políticas analisadas pelo estudo, apenas duas apresentaram compromisso total em relação aos biomas Amazônia, Cerrado e Chaco -- pequena região mais próxima à Argentina. "Porém, a maioria das políticas fazem referência apenas a um ou outro bioma, não a todos", pondera o coordenador.

A Moratória da Soja orienta que as traders não comercializem, adquiram e financiem produto oriundo de áreas desmatadas no bioma Amazônia desde julho de 2008. Não há regras nem datas para outros biomas. Ainda assim poderiam existir compromissos. "A falta de alinhamento entre as empresas acarretará na continuidade das incertezas e imprecisão de suas políticas, e reforça a necessidade de uma alinhamento setorial", afirma Lisandro. 

Sugestões

Para contribuir com o alinhamento entre as políticas das empresas e melhorar a comunicação com clientes, o estudo propõe algumas recomendações.

Reforçar os compromissos com a avaliação de riscos, monitoramento, rastreabilidade, sem condicionalidade, é uma das iniciativas que as traders podem considerar na revisão. "É necessário rever os conceitos e propósitos de cada um desses temas e retirar da política o tom de condicionalidade, para dar mais consistência aos compromissos", explica Lisandro. 

Outra proposta apontada é que as empresas incluam em suas políticas o compromisso com processos de aquisição e uso da terra. Entretanto, esse tema foi o de menor de referência. Apenas duas empresas fazem referência.

"Essas e outras recomendações presentes no estudo podem ser úteis para processos de revisão de políticas corporativas de não desmatamento para empresas do setor de soja e de outras commodities", conclui Lisandro.

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