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Economia

Petróleo derrete e puxa principais pregões para fecharem no negativo

Perspectiva de uma recessão global empurra dinheiro do mundo para o porto seguro dos títulos americanos

Imagem da noticia Petróleo derrete e puxa principais pregões para fecharem no negativo
Plataforma de petróleo
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O mercado financeiro assistiu nesta 3ª feira (5.jul) ao que, muito provavelmente, poderá ser conhecido no futuro como a aposta no início da recessão internacional. A demonstração mais direta foi a cotação do barril do petróleo do tipo Brent, que é a referência para a maior parte dos negócios. Queda de 9,27%, para chegar a US$ 102,98. Para um ativo que permaneceu em alta considerável durante bastante tempo, quais motivos teriam provocado a baixa forte? A resposta mais ouvida nesta 3ª entre analistas e observadores dos diferentes cenários foi uma só: recessão. Ou o temor da recessão. "Quase todas as principais moedas perderam hoje em relação ao dólar por causa disso. Está todo mundo fugindo pra debaixo da saia do tesouro americano, para a segurança dos títulos públicos do Tesouro americano. A procura foi tão grande que os juros caíram. Isso é uma medida do desconforto", diz André Perfeito, economista chefe da Necton Investimentos.   

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E a expectativa por uma menor atividade econômica em nível global faz baixar, de imediato, o valor das commodities. Explicação simples: menos atividade, menor necessidade de matérias primas, por exemplo. Entre elas a commoditie petróleo. Daí a queda no preço do barril. "No mercado internacional, juros e commodities mergulharam enquanto o dólar disparou. Os investidores aceleraram as apostas em uma recessão. Na bolsa, as ações de tecnologia, já bastante descontadas, recuperaram terreno com juros de longo prazo mais baixos", aponta Danny Rappaport, que é sócio da Investport. O fechamento dos índices das bolsas americanas, com Dow Jones em queda de 0,42% e a bolsa de tecnologia Nasdaq em alta de 1,75% parecem ilustrar literalmente a descrição do analista. 

Bolsa Brasil

No mercado nacional o impacto da baixa do petróleo sobre os papéis na bolsa foi violento. Basta descrever os fechamentos dos principais lotes. Petrobras sozinha responde por algo como 12% do movimento da bolsa brasileira. No fechamento, Petr3 - 4,27%; Petr4 - 3,81%. Mas houve papéis do setor de petróleo que puxaram ainda mais o ibovespa pra baixo, com quedas na casa de 7%. "Não dava pra ser muito diferente com o barril do petróleo caindo 9%, 10%... e o petróleo bate na bolsa brasileira muito fortemente. Tudo por medo da recessão", sentencia André Perfeito.

Análise semelhante à do economista chefe da EA Investimentos, André Granha. "O contexto é o de uma possível grande recessão que vem aí. Segundo semestre agora, difícil... e muito provavelmente uma recessão forte em 2023."  Tempestade perfeita para um movimento de estagflação -- palavra que os economistas não gostam nem de pronunciar, mas que significa o que aparece cada vez mais no horizonte: estagnação com inflação elevada.

Dólar 

As principais moedas sentiram o baque. A busca por lugar seguro nos títulos americanos enxugou a liquidez de dólares nos principais mercados. No Brasil, prova disso. O dólar subiu 1,19% para ser cotado a R$ 5,388 na compra e R$ 5,389 na venda, maior cotação desde janeiro.

A sócia da corretora de investimentos 'Nord Research', Danielle Lopes, faz uma análise do cenário econômico atual e comenta as previsões do mercado para a cotação do dólar e do barril de petróleo para os próximos meses:

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