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Economia

Produção de veículos bate 200 mil unidades pela primeira vez no ano

Fabricantes avaliam que setor tem crescimento constante; crise global dos semicondutores começa a ficar para trás

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Linha de montagem de veículos
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A indústria automobilística brasileira vai dando sinais de superar, pouco a pouco, a marcha lenta na produção imposta, entre outros fatores, pela crise de componentes eletroeletrônicos que o mundo inteiro tem experimentado. Os números divulgados na Carta da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta 3ª feira (7.jun) apontam nesta direção. As fábricas entregaram uma produção de 205,9 mil veículos no mês de maio, o que representa um crescimento de 10,7% sobre abril. Foi a primeira vez no ano em que o volume total fabricado superou a marca de 200 mil unidades, o que não acontecia desde dezembro passado. No comparativo com maio de 2021, a produção acelerou 6,8%. Foi naquele mês que a falta de componentes, leia-se prioritariamente semicondutores, começou a impactar negativamente o setor automotivo brasileiro. 

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Resultados da produção/vendas de veículos em maio | Fonte: Anfavea 

Mercado Interno

O quinto mês do ano também beneficiou as planilhas das fabricantes com um número maior de dias de produção a considerar. As vendas ao mercado interno cresceram pelo quarto mês consecutivo. Foram 187,1 mil veículos licenciados, ou nada menos que 27% mais do que no mês de abril e levando o resultado praticamente a retornar ao patamar de maio de 2021, não fosse uma ligeira queda de 0,9%. Foram regularizados 8,5mil carros por dia, maior média do ano, com alta de 10% sobre abril. 

No mundo

Para o mercado externo o Brasil enviou 46,1 mil unidades em maio, com alta de 2,8% sobre abril e nada menos do que 24,6% sobre o mesmo mês de 2021. A exportação acumulada em 2022 já supera o mesmo período do ano passado em 19,4%. 

Contramão

Os resultados atingidos pelas montadoras brasileiras são positivos mas ainda não permitem descartar por completo os percalços na rota do setor. De janeiro até maio, o retrovisor da conjuntura econômica e industrial revela que a produção enfrentou 16 paradas nas unidades de produção, que resultaram em 331 dias sem atividade pelas fábricas. E mais: 150 mil veículos simplesmente não puderam ser produzidos. "É um número que preocupa porque tem efeito cascata nas montadoras e fornecedores", alerta Márcio de Lima Leite, presidente da Associação das Montadoras. Segundo o executivo, as perdas de agora conferem um sentido de urgência para que se busque a "reindustrialização" do setor, até porque elas se somam aos 350 mil carros e caminhões que não saíram da fábrica em 2021. 

Segundo semestre

Ainda que limitada às possibilidades do atual momento, a recuperação apresentada pelas montadoras nos primeiros cinco meses do ano é bem recebida. Para Lima Leite, o momento é de crescimento consistente do mercado. A Anfavea aposta em altas do tipo "um degrau a cada mês, para vendas e produção". No caso das exportações, o início do ano já tinha sido favorável e se mantém assim. E para o restante do ano? "Como a tendência histórica do nosso setor é de um segundo semestre mais robusto que o primeiro, estamos muito otimistas quanto à manutenção desse bom ritmo de recuperação", afirma Márcio de Lima Leite. 

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