Pandemia traz mais desafios para China agora do que no início de 2020
Premiê chinês assume que está difícil determinar tendências econômicas
"A China enfrenta desafios 'mais significativos do que os experimentados durante a primeira onda da pandemia de coronavírus", disse nesta 5ª feira (26.mai) Li Keqiang, o primeiro ministro chinês. O país é a última grande economia a manter estratégia "covid zero", que exige testes massivos, confinamentos severos e fechamento de fronteiras.
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As restrições recentes em dezenas de cidades, incluindo centros industriais como Shenzhen e Xangai, interromperam as cadeias de produção e fizeram despencar os indicadores econômicos para os níveis mais baixos em dois anos.
"As dificuldades são, de alguns pontos de vista e até certo ponto, ainda mais importantes do que quando a pandemia atingiu duramente em 2020", disse Li em uma reunião do Conselho de Estado na quarta-feira, segundo a agência de notícias oficial Xinhua.
"Estamos atualmente em um momento crítico para determinar a tendência econômica para todo o ano", declarou Li à Xinhua. "Temos que aproveitar essa janela temporária e nos esforçar para colocar a economia de volta nos trilhos", acrescentou.
As observações de Li se somam a um crescente coro de pedidos de autoridades e líderes empresariais por um melhor equilíbrio entre controlar o vírus e proteger a economia.
As vendas no varejo caíram 11% em abril em relação ao mesmo mês de 2021 e a produção industrial contraiu 2,9%, os piores dados desde a primeira onda da pandemia. Além disso, o desemprego urbano voltou à sua taxa de fevereiro de 2020, ameaçando a meta de crescimento anual de 5,5% estabelecida pelas autoridades.
Em março e principalmente em abril, indicadores como emprego, produção industrial, consumo de eletricidade ou transporte de mercadorias caíram "significativamente", disse Li, enfatizando a importância de coordenar o controle do vírus com o desenvolvimento econômico.
O governo ofereceu cortes de impostos e um programa de bônus para ajudar as empresas, mas analistas dizem que o crescimento vai vacilar se as medidas de controle sanitário não forem relaxadas.
A S&P Global Ratings reduziu sua previsão de crescimento anual da China de 4,9% para 4,2% este ano e analistas do Nomura disseram em um relatório recente que há "uma possibilidade crescente de crescimento negativo do PIB no segundo trimestre".