Volume de receitas de serviços tem melhor mês de março da série histórica
Retomada da circulação e reajustes de preços abaixo da inflação puxam recuperação do setor
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou, na 5ª feira (12.mai), para a melhor recuperação das atividades de serviços durante março. Com crescimento de 1,7% na comparação com o mês anterior, apurado pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), o volume de receitas do segmento apresentou a maior alta para meses de março da série histórica do estudo, iniciado em 2011.
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Nos últimos cinco meses, o setor avançou em quatro oportunidades, o que representa uma expansão de 7% em relação a fevereiro de 2020. Os serviços prestados às famílias (+2,4%) e os de transportes (+2,7%) foram os segmentos com os crescimentos mais expressivos no mês, apesar da disseminação da alta de preços.
"Além do ?efeito circulação?, que tem impulsionado essas atividades desde a segunda metade do ano passado, os serviços ainda não têm sido tão afetados pela aceleração da inflação nos últimos meses quanto outros setores", avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Segundo ele, os reajustes do setor ainda correspondem a pouco mais da metade da alta apresentada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para o turismo, no entanto, o quadro adverso ainda vem se revertendo de forma gradual. A expectativa da CNC é que o setor restabeleça, no terceiro trimestre deste ano, o nível de receitas anterior à pandemia de covid-19. Até o momento, o turismo brasileiro acumula um prejuízo de R$ 508,8 bilhões desde o início da crise sanitária.
Diante do cenário, a CNC revisou de +0,9% para +1,6% a projeção de crescimento do setor de serviços em 2022. De forma semelhante, o turismo, prejudicado pela conjuntura econômica menos favorável, tende a crescer menos também neste ano (+2,4%) do que em 2021 (+22,1%).
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"A tendência, portanto, é que o setor ainda apresente taxas expressivas no comparativo interanual nos próximos meses, em virtude da baixa base comparativa do início de 2021 e do efeito retardado sobre os preços de serviços, que deverá ganhar força adiante, na medida em que a difusão da inflação permanece elevada", analisa o economista Fabio Bentes.