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Economia

Privatização não reduz preço, diz especialista sobre Petrobras

Pedido de estudo sobre a desestatização da empresa foi entregue ao ministro da Economia

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Privatizar a Petrobras não deve reduzir preços dos combustíveis
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Em meio à escalada dos preços dos combustíveis no país, o governo federal dará início aos estudos sobre a privatização da Petrobras. O pedido para que a possibilidade seja avaliada no âmbito do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) foi entregue pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (12.mai).

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Na avaliação do economista e pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Henrique Jäger, a desestatização não é a solução para reduzir os valores cobrados atualmente.

"Não dá para falar que a privatização da empresa como um todo vai conseguir reduzir os preços. Muito pelo contrário, a experiência recente é que os preços que estão sendo cobrados por aquelas partes da Petrobras que já foram privatizadas são os mais altos do Brasil", destacou. 

O pesquisador citou como exemplo a situação da Bahia, onde uma das refinarias da Petrobras, a Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, foi vendida. De acordo com a estatal, a refinaria foi a primeira, dentre as oito disponíveis, a ter o processo de venda concluído em novembro do ano passado.

A Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para a operação, assumiu a gestão da RLAM, que passou a se chamar Refinaria de Mataripe. "Se o governo estiver preocupado com a questão do preço, a gente tem que olhar para as experiências de privatização que já ocorreram, inclusive, dentro da Petrobras", reforçou Jäger.

Dados divulgados pelo Sindicato dos Petroleiros da Bahia mostram que, após a privatização da refinaria Landulpho Alves, o diesel sofreu um aumento de até 58,11% no período de cinco meses. "De acordo com estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), tomando como base a distribuidora de São Francisco do Conde e o período de 01/12/2021 a 01/05/2022, o Diesel S10 sofreu um reajuste de 58,11% e a gasolina A de 29,96%. Já o GLP (gás de cozinha) teve reajuste de 17,02%", informou o sindicato em seu site no último dia 09 de maio.

O SBT News entrou em contato com a Acelen para saber o posicionamento da empresa a respeito dos números divulgados pelo sindicato. Em nota, a companhia destacou que "a Acelen informa que os preços dos combustíveis produzidos na Refinaria de Mataripe seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo. A Acelen reafirma sua crença em uma política transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado".

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