Produtividade da indústria em 2021 teve patamar mais baixo desde 2000
Atividade recuou 4,6% em comparação com 2020, segundo estudo da CNI
A produtividade do trabalho na indústria no ano passado registrou o patamar mais baixo desde o início da série histórica, que teve início em 2000. A atividade recuou 4,6% em comparação com 2020, segundo o estudo Produtividade na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). É o segundo ano seguido de queda do indicador, que mede a relação entre o volume produzido e as horas trabalhadas na produção.
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Em 2021, todos os trimestres tiveram recuo na produtividade, especialmente impactado pela segunda onda de covid-19 no primeiro trimestre. Houve um aumento de 4,3% no volume produzido e de 9,3% nas horas trabalhadas na produção, ou seja, a produção apresentou um crescimento menor.
A maior queda anual já registrada pelo indicador havia sido de 2,2%, em 2008, ano marcado pela crise financeira global. Os movimentos nos últimos dois anos são resultado, principalmente, de fatores conjunturais, explica a gerente de política industrial da CNI, Samantha Cunha.
"A desaceleração em 2021 reflete os efeitos da segunda onda de covid-19 e as dificuldades enfrentadas para a retomada dos investimentos e da produção. Há gargalos antigos e problemas com a falta e o alto custo de insumos e de matérias-primas", diz.
Segundo ela, a mudança na composição do mercado de trabalho também contribuiu para a queda. "Houve maior crescimento do setor informal frente ao setor formal, o que indica o avanço de ocupações de baixa escolaridade e menor produtividade", ressalta.
No curto prazo, de acordo com a CNI, a perspectiva é de baixo crescimento, em patamar semelhante aos anos anteriores à crise sanitária. Em 2018 e 2019, a produtividade na indústria ficou abaixo de 1%. No longo prazo, pode haver um aumento sustentado da produtividade com as oportunidades relacionadas às tecnologias da Indústria 4.0 e ao desenvolvimento do 5G, se houver investimentos em inovação.