ONU analisa "Acordo Azul" para criar economia baseada nos oceanos
Meta é a obtenção de um mercado que promova segurança alimentar e ajude a combater a poluição dos mares
A Organização das Nações Unidas (ONU) analisa a criação de um "Acordo Azul" para proteger os oceanos e criar uma economia voltada para os mares. A meta, segundo a entidade, é a obtenção de um mercado resiliente, sustentável, que beneficie todos e promova segurança alimenta, além de ajudar a combater a poluição dos mares e a crise climática.
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Este será o foco do Fórum dos Oceanos, a ser realizado entre os dias 6 e 8 de abril, em Genebra, na sede da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Nesta 4ª edição do evento, que ocorre apenas dois meses antes da Conferência Internacional dos Oceanos, marcada para o fim de junho, em Lisboa, a Unctad quer fixar uma nova direção para a economia azul.
Segundo a ONU, quase 3 bilhões de pessoas no mundo, a maioria em países em desenvolvimento, tiram seu sustento dos oceanos. O valor de exportação de produtos e serviços baseados nos mares é de US$ 2,5 trilhões.
Mais de 80% do volume comercial mundial é transportado por vias marítimas, o que ressalta a importância das redes de fornecimento que foram interrompidas com a pandemia e com a guerra na Ucrânia.
Para especialistas que apostam nos mares para criar sustentabilidade e resiliência no cenário pós-pandêmico, o valor dessa economia deve dobrar até 2030. Segundo a secretária-geral da agência ONU, Rebeca Grynspan, o valor econômico, social e ambiental dos mares é uma segurança contra crises futuras. Ao mesmo tempo, ressalta que o mercado precisa compreender o equilíbrio correto entre benefício e proteção dos recursos naturais.
A Unctad acredita ainda que o evento deve ajudar a aumentar os investimentos na economia com base nos oceanos. De 2013 a 2018, apenas 1,6% do total da Assistência Oficial ao Desenvolvimento, ou US$ 2,9 bilhões, foi direcionada à economia dos mares. A agência da ONU afirma que 2% de cultivo do oceano poderia fornecer proteína suficiente para alimentar uma população de 12 bilhões de pessoas.