RS: seca provoca maior quebra da safra de grãos em dez anos
No total, 85% dos municípios gaúchos estão em situação de emergência por causa da estiagem
SBT Brasil
No Rio Grande do Sul, a seca provoca a maior quebra da safra de grãos em dez anos. O estado perdeu mais da metade da produção de soja.
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A chuva veio tarde. A lavoura do produtor rural Claudemir Richter mal cresceu nos últimos três meses, e a colheita de soja deve ser seis vezes menor que a do ano passado. "Todo mundo sabia que ia dar seca, só que não sabia que ia dar seca todos os meses e durante todo esse tempo", afirmou.
Inicialmente estimada em quase 33,6 milhões de toneladas, a safra gaúcha será bem menor (19,5 milhões de toneladas) neste ano, de acordo com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural. A produção encolheu 41,1% em relação ao verão passado, e a seca afetou principalmente a soja (-53,3%) e o milho (-37,5%).
Segundo a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), se todos os grãos perdidos com a estiagem no estado fossem armazenados em caminhões, teríamos uma fila de carretas que iria de Porto Alegre a Belém e voltaria até São Paulo, em 5.269 km de extensão.
No total, 85% dos municípios gaúchos estão em situação de emergência por causa da estiagem, o que corresponde a 80 municípios e a 257 mil propriedades rurais. Ela deve gerar prejuízo de R$ 115 bilhões na cadeia produtiva do estado - uma queda de 8% no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho, o que equivale a R$ 1.155 bilhões. Segundo especialistas, os prejuízos no campo pela falta de chuva nas regiões sul e centro-oeste também vai comprometer o PIB brasileiro de 2022.
"Nós vamos diminuir a oferta de soja do planeta porque nós somos os maiores produtores", afirmou Antônio da Luz, economista-chefe da Farsul.
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