Campos Neto diz que diminuir imposto não deve ajudar inflação a longo prazo
Presidente do BC afirma que redução pode melhorar cenário em curto período
Lis Cappi
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta 3ª feira (22.fev) que a redução de impostos não deve ajudar no controle da inflação a longo prazo. Segundo o economista, a medida deve permitir a redução de preços apenas em um curto período.
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"A gente vê que alguns países sugerem, para combater [a inflação], que a solução é fazer uma medida mais fiscal. Ou seja, diminuir impostos para baixar o preço, e baixando o preço a gente diminui o problema. Se você baixa o imposto ou faz algo que abre mão de receita para obter o preço de um produto mais baixo naquele momento, você não está ajudando a inflação", declarou, em uma discussão sobre política monetária no Brasil, promovida por um banco.
"Você pode ter uma queda no curto prazo, mas na parte de expectativa de inflação, isso vai se incorporar e tende a prevalecer no médio e longo prazo", completou.
Mais cedo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que o governo deve reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25%. Há também discussão sobre a possibilidade de se reduzir tributos dos combustíveis.
Durante o encontro, o presidente do BC também disse que a inflação brasileira está na média dos demais países emergentes. Campos Neto ainda destacou que a energia foi um dos pontos que interferiu na alta de preços: "Se eu mudo de serviços para bens, a demanda de energia aumenta, fabricar bens demanda muito mais que serviços. A demanda por energia foi muito maior que a esperada.".
Campos Neto ainda disse que a expectativa é que o PIB tenha um aumento maior que o esperado em próximas análises de economistas. Ele também aposta positivamente na confiança no país. "A parte de confiança deve começar a melhorar, a parte de empregos também", afirma.