Auxílio Brasil derruba Bolsa Família com foco em 2022, diz especialista
Felipe Queiroz afirma que regras não estão claras e não há certeza de manutenção do programa

Fernanda Bastos
Nesta 3ª feira (16.nov), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou o calendário de pagamentos do Auxílio Brasil de novembro e dezembro de 2021. De acordo com Guimarães, o pagamento vai ser iniciado nesta 4ª feira (17.nov) e os beneficiários do Bolsa Família não precisam fazer recadastramento.
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De acordo com Felipe Queiroz, economista e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estas são algumas das poucas certezas de um programa que continua a gerar dúvidas em milhões de brasileiros. Em entrevista ao Agenda do Poder, Queiroz afirma que o governo Bolsonaro substituiu o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil com foco nas eleições de 2022.
"Bolsonaro deixou de lado uma política de Estado, que já tinha um orçamento garantido anualmente, para uma política com viés voltado especialmente para as eleições do próximo ano", disse.
O pesquisador ressaltou dois pontos negativos no desenvolvimento do Auxílio Brasil: a falta de clareza das regras, inclusive do pagamento do benefício, e o não planejamento para a manutenção a longo prazo do programa. "A questão é que o programa atualmente ele ainda não deixou as regras claras, quem vai receber e quem não vai receber também. No que se refere a educação, saúde, essas regras não ficaram claras. [...] Outro ponto que nos preocupa em relação ao novo programa é que ele não apresentou ainda condições viáveis dentro do orçamento para se manter ao longo de 2023 em diante", ressaltou.
Para se manter, o programa depende da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, aprovada na Câmara e agora em tramitação no Senado. A PEC propõe abrir espaço no orçamento do governo para pagar o Auxílio Brasil de R$ 400. Em novembro, o valor médio do benefício a ser pago é de R$ 217 para cerca de 14,5 milhões de famílias, segundo a Caixa.
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