Estimativa de safra para 2021 cai pelo sexto mês consecutivo, diz IBGE
Produção deve ser de 250,9 milhões de toneladas, 1,3% abaixo do total de 2020
SBT News
A estimativa de setembro para a produção de safra brasileira em 2021 ficou em 250,9 milhões de toneladas. É o sexto mês consecutivo de queda na estimativa mensal, que agora prevê a produção em 1,3% abaixo da obtida em 2020, com 254,1 milhões de toneladas. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta 5ª feira (7.out) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Segundo o gerente da pesquisa, Carlos Barradas, a queda na produção de grãos ocorreu devido à falta de chuvas, que prejudicou as lavouras do milho e da soja, principalmente.
"O país vive uma crise hídrica. A quantidade de chuvas está muito abaixo do que normalmente é esperado. A soja, por ter sido plantada e colhida com atraso, diminuiu a 'janela de plantio' da segunda safra do milho, que vem logo depois da colheita dela. Por isso ficou mais dependente de boas condições climáticas e, como as chuvas não vieram, houve redução na produção dessa safra", explicou o pesquisador.
Ele citou ainda que o inverno rigoroso, que levou à ocorrência de geadas na Região Sul. O clima mais frio em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul também contribuiu para a queda da produção.
Com o resultado, o milho deve totalizar 86,3 milhões de toneladas, uma redução de 16,4% em relação à produção do ano passado. A estimativa para a segunda safra, que representa 70,2% da produção total do milho, é de queda de 21%. Já na comparação com a estimativa de agosto, o declínio é de 2%, com quedas de 3,5% em Goiás; de 6,7% no Paraná; de 10,1% em Minas Gerais; e de 24,1% em São Paulo.
A produção de cana-de-açúcar está com estimativa de queda de 7,3%, para 628,5 milhões de toneladas. Outra colheita prejudicada pelo clima seco foi a de laranja, cuja produção total do país deve ficar 13,8% menor do que a do ano passado, com 13,6 milhões de toneladas.
A estimativa de produção da soja, no entanto, segue em crescimento, com previsão para uma colheita recorde de 134 milhões de toneladas. O aumento é de 0,2% frente à previsão anterior, e de 10,3% na comparação com a produção do ano passado.