Mais de 50% dos empregadores esperam retomada das contratações em até um ano

Após um longo período de incertezas por conta da fragilidade econômica que o país já vinha enfrentando, e que foi agravada com os efeitos da pandemia do novo coronavírus, empresários brasileiros já começam a traçar um início de 2021 mais otimista e a encontrar soluções diante da crise global. Pelo menos é o que aponta a pesquisa de expectativa de emprego do ManpowerGroup, divulgada nesta terça-feira (8).

Segundo a pesquisa, o índice de intenções de contratação para o 1º Trimestre de 2021 é de 10%, e revela um crescimento de 13 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior e o mesmo indicador do 1º trimestre de 2020, antes da Covid-19.

Esse resultado coloca o Brasil entre os cinco países com os planos de contratação mais sólidos para os próximos três meses. Já no comparativo das Américas, os empregadores brasileiros ficaram atrás apenas dos Estados Unidos, que registraram +17% de intenções de contratação.

A pesquisa revelou ainda que 17% dos empregadores acreditam em um retorno nos níveis de contratação pré-Covid. Outros 54% esperam uma retomada no período de até um ano e 23% preveem uma reação no mercado de trabalho entre 4 e 9 meses. Apenas 5% dos entrevistados têm a perspectiva de que os níveis de contratação nunca retomem os índices anteriores à pandemia.

Em comparação ao 4º trimestre de 2020, 32 dos países pesquisados relatam uma melhora nas expectativas de contratação para o período.

As intenções mais fortes foram relatadas nos seguintes países:

- Taiwan (+23%)
- Estados Unidos (+17%)
- Singapura (+15%)
- Austrália (+10%)
- Brasil (+10%).

Por outro lado, apresentam os índices mais fracos os seguintes países:

- Panamá (-7%)
- Reino Unido (-6%)
- Suíça (-4%)
- Áustria (-2%)
- Hong Kong (-2%)

Pra essa pesquisa, o ManpowerGroup entrevistou 37.717 empregadores em 43 países.

Comparativo por setores

Há previsão de aumento nas contratações em seis dos oito setores pesquisados, com destaque para o comércio atacadista e varejista, com previsão de +15% (crescimento de 29 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior); finanças, seguros, imobiliário e indústria, ambos com +13%.

O setor com intenções mais fracas é o de administração pública e educação, com indicador de -4%, apesar do crescimento de 3 pontos percentuais no comparativo trimestral. Já serviços apresenta expectativa de 0%, uma retração de 2 pontos percentuais em relação ao 4^o Trimestre 2020 e queda de 17 pontos percentuais em comparação ao 1º Trimestre de 2020. Veja abaixo:

- Comércio Atacadista e Varejista: +15%
- Indústria: +13%
- Finanças, Seguros & Imobiliário: +13%
- Construção: +10%
- Agricultura, Pesca e Mineração: +9%
- Transporte & Serviços Públicos: +8%
- Serviços: 0%
- Administração Pública e Educação: -4%

Comparativo por regiões

O levantamento aponta melhora nas expectativas de contratação em todas as cinco regiões no comparativo trimestral, sendo que empregadores de quatro localidades planejam aumentar o quadro de funcionários no 1º trimestre de 2021.

A projeção mais otimista é no Paraná, com expectativa de +19%, crescimento de 15 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e 11 pontos percentuais se comparado ao 1º trimestre 2020, apresentando a perspectiva mais otimista em dois anos.

Minas Gerais também se destaca com um índice de +13%, retomando os níveis de contratação pré-pandemia.

A previsão mais fraca foi apresentada no estado do Rio de Janeiro, com -5%, apesar de uma recuperação de 6 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior Em comparação ao 1º trimestre de 2020, houve um declínio de 10 pontos percentuais.

Comparativo por porte de empresa 

A pesquisa apresenta aumento nas intenções de contratação em todas as quatro categorias por tamanho de organização. As grandes empresas têm o indicador mais forte com 21%, incremento de 8 pontos percentuais em relação ao 4º Trimestre 2020.

Em seguida, empregadores de médias empresas relatam expectativa de 13%, aumento de 14 pontos percentuais no comparativo trimestral. A maior recuperação foi apresentada nas pequenas organizações que registram expectativas de 3%, crescimento de 18 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.