Morre Robert Benton, diretor e roteirista três vezes vencedor do Oscar, aos 92 anos

O cineasta Robert Benton, diretor e roteirista três vezes vencedor do Oscar pelos filmes "Kramer vs. Kramer" (1979) e "Um Lugar no Coração" (1984), morreu no último domingo (11), aos 92 anos. O falecimento foi confirmado nessa terça (13). Filho único do artista, John Benton disse à agência Associated Press (AP) que o pai partiu de causas naturais na casa onde morava, em Manhattan.

Benton nasceu no Texas, formou-se em belas-artes no estado e depois se mudou para Nova York. Antes da premiada carreira no cinema, trabalhou brevemente no mercado literário e também como diretor de arte na revista Esquire.

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Das sete indicações ao Oscar – sendo cinco por roteiros –, a primeira veio em 1968, como coautor com David Newman do clássico "Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas" (1967).

Dirigido por Arthur Penn ("Um Lance no Escuro"), o filme é considerado um dos trabalhos inaugurais da Nova Hollywood, movimento que revolucionou Hollywood entre fim dos anos 1960 e início da década de 1980.

Depois, participou dos roteiros de "Ninho de Cobras" (1970), "Essa Pequena é uma Parada" (1972), do cineasta Peter Bogdanovich ("A Última Sessão de Cinema"), e do blockbuster "Superman: O Filme" (1978).

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Estreou como diretor no faroeste "Má Companhia" (1973) e escreveu e comandou o noir "A Última Investigação" (1977), recebendo mais uma indicação ao Oscar por roteiro original.

Benton fechou os anos 1970 faturando estatuetas de direção e roteiro adaptado pelo drama de divórcio "Kramer vs. Kramer" (1979) – o longa também levou melhor filme e rendeu troféus de atuação para Dustin Hoffman, Meryl Streep e Justin Henry.

Voltou a trabalhar com Streep no thriller "Na Calada da Noite" (1982), escrito e dirigido por ele. Outro projeto totalmente autoral, o drama de época "Um Lugar no Coração" (1984), deu a Benton mais um Oscar, novamente de roteiro original, e indicação a melhor diretor – Sally Field levou melhor atriz.

Benton diminuiu ritmo de produção da década de 1990 em diante. Dirigiu astros como Paul Newman, Bruce Willis e Melanie Griffith em "O Indomável: Assim é Minha Vida" (1994), filme indicado ao Oscar de melhor ator (Newman) e roteiro adaptado (Benton, na sétima e última nomeação ao prêmio).

Repetiu parceria com Newman em "Fugindo do Passado" (1998), thriller que também escalou Susan Sarandon e Gene Hackman. Derradeiro roteiro foi "A Sangue Frio" (2005), para o diretor e comediante Harold Ramis, cocriador e uma das estrelas da franquia "Os Caça-Fantasmas".

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Na função de diretor, Benton se despediu com "Revelações" (2003), drama que reuniu Nicole Kidman, Anthony Hopkins e Ed Harris em adaptação de livro do cultuado Philip Roth, e "Banquete do Amor" (2007), estrelado por Morgan Freeman.

Benton foi casado por quase 60 anos com a artista Sallie Rendig, que morreu em 2023.