Festival de Cannes 2025 terá "O Agente Secreto", filme de Kleber Mendonça Filho com Wagner Moura; veja lista
Cineasta pernambucano é habitué do prestigiado evento francês e ganhou prêmio do júri por "Bacurau" (2019), codirigido por Juliano Dornelles

Felipe Moraes
"O Agente Secreto", filme do diretor Kleber Mendonça Filho estrelado pelo ator Wagner Moura, vai competir pela Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2025. A seleção de longas-metragens para a 78ª edição do prestigiado evento francês, marcado para maio (13 a 24/5), foi anunciada nesta quinta-feira (10).
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Filme ambientado na ditadura
Em "O Agente Secreto", Mendonça Filho volta à década de 1970, período em que o Brasil vivia os últimos anos da ditadura militar, para narrar a trajetória do professor Marcelo, vivido por Moura.
Quarentão, ele decide fugir de um passado misterioso e volta a morar em Recife, em busca de tranquilidade. Mas logo percebe que a cidade está longa de representar o refúgio que ele tanto procurava.
Elenco do longa ainda reúne Gabriel Leone ("Eduardo e Mônica"), Maria Fernanda Cândido ("O Traidor"), Hermila Guedes ("O Céu de Suely"), Alice Carvalho ("Cangaço Novo"), Isabél Zuaa ("As Boas Maneiras") e dois nomes com quem Mendonça Filho trabalhou em "Bacurau" (2019), Thomás Aquino e o veterano alemão Udo Kier.
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Moura volta ao cinema nacional após trabalhos consecutivos em Hollywood, como "Guerra Civil" (2024) e a recente série "Ladrões de Drogas" (2025).
Aos 56 anos, Kleber Mendonça Filho é habitué de Cannes desde os tempos de jornalista e crítico de cinema. Exibiu filmes em diversas mostras do festival, com destaque para "Aquarius" (2016) e "Bacurau" (2019), que concorreram à Palma de Ouro — esse último, codirigido por Juliano Dornelles, ganhou prêmio do júri.
Trabalho anterior a "O Agente Secreto", "Retratos Fantasmas" (2023) passou na seção de exibições especiais e concorreu ao Olho de Ouro, prêmio voltado a documentários.
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Quem concorre à Palma de Ouro?
Vários cineastas importantes figuram na lista de títulos em competição em 2025, como o iraniano Jafar Panahi ("A Simple Accident"), o bielorrusso Sergei Loznitsa ("Two Prosecutors") e os norte-americanos Richard Linklater ("Nouvelle Vague"), Wes Anderson ("O Esquema Fenício") e Kelly Reichardt ("The Mastermind").
Vencedores passados da Palma de Ouro também voltam a concorrer ao prêmio: os irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne ("The Young Mother's Home"), laureados por "Rosetta" (1999) e "A Criança" (2005), e a francesa Julia Ducournau ("Alpha"), ganhadora por "Titane" (2021).
A atriz Juliette Binoche, eleita melhor atriz em Cannes por "Cópia Fiel" (2010), é a presidente do júri.
Seleção do Festival de Cannes 2025:
Filme de abertura
- "Bye Bye" ("Partir un Jour"), de Amélie Bonnin (França) - Fora de competição
Em competição (Palma de Ouro)
- "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho (Brasil e França)
- "Alpha", de Julia Ducournau (França e Bélgica)
- "A Simple Accident" ("Un Simple Accident"), de Jafar Panahi (Irã e França)
- "Dossier 137", de Dominik Moll (França)
- "Eagles of the Republic", de Tarik Saleh (Suécia)
- "Eddington", de Ari Aster (Estados Unidos)
- "O Esquema Fenício", de Wes Anderson (Estados Unidos e Alemanha)
- "Fuori", de Mario Martone (Itália e França)
- "La Petite Dernière", de Hafsia Herzi (França)
- "New Vague" ("Nouvelle Vague"), de Richard Linklater (França)
- "Renoir", de Chie Hayakawa (Japão, França, Cingapura, Filipinas e Indonésia)
- "Romería", de Carla Simón (Espanha e Alemanha)
- "Sentimental Value", de Joachim Trier (Noruega, França, Alemanha, Dinamarca, Suécia e Reino Unido)
- "Sirat", de Oliver Laxe (Espanha e França)
- "Sound of Falling", de Mascha Schilinski (Alemanha)
- "The History of Sound", de Oliver Hermanus (Reino Unido e Estados Unidos)
- "The Mastermind", de Kelly Reichardt (Estados Unidos)
- "The Young Mother's Home" ("Jeunes Mères"), de Jean-Pierre e Luc Dardenne
- "Two Prosecutors", de Sergei Loznitsa (Ucrânia, Letônia, França, Alemanha e Holanda)
Um Certo Olhar (Un Certain Regard)
- "Aisha Can't Fly Away Anymore", de Morad Mostafa (Tunísia, Catar e Egito)
- "A Pale View of Hills", de Kei Ishikawa (Japão)
- "Eleanor the Great", de Scarlett Johansson (Estados Unidos)
- "Heads or Tails?" ("Testa o Croce?"), de Matteo Zoppis e Alessio Rigo de Righi (Itália)
- "Homebound", de Neeraj Ghaywan (Índia)
- "Karavan", de Zuzana Kirchnerova (República Tcheca)
- "L'inconnu de la Grande Arche", de Stéphane Demoustier (França)
- "Meteors" ("Météors"), de Hubert Charuel (França)
- "My Father's Shadow", de Akinola Davies Jr. (Reino Unido, Irlanda e Nigéria)
- "Once Upon a Time In Gaza", de Tarzan Nasser e Arab Nasser (Palestina)
- "Pillion", de Harry Lighton (Reino Unido)
- "Promised Sky", de Erige Sehiri (Tunísia)
- "The Last One for the Road" ("Le Città di Pianura"), de Francesco Sossai (Itália)
- "The Mysterious Gaze of the Flamingo" ("La Misteriosa Mirada del Flamenco"), de Diego Céspedes (Chile)
- "The Plague", de Charlie Polinger
- "Urchin", de Harris Dickinson (Reino Unido)
Fora de competição
- "Highest 2 Lowest", de Spike Lee (Estados Unidos)
- "Missão: Impossível - O Acerto Final", de Christopher McQuarrie (Estados Unidos)
- "The Coming of the Future" ("La Venue de l'avenir"), de Cédric Klapisch (França)
- "The Richest Woman in the World" ("La Femme la Plus Riche du Monde"), de Thierry Klifa (França e Bélgica)
- "Vie Privée", de Rebecca Zlotowski (França)
Sessões de Meia-Noite (Midnight Screenings)
- "Dalloway", de Yann Gozlan (França)
- "Sons of the Neon Night", de Juno Mak (Hong Kong e China)
- "The Exit 8", de Genki Kawamura (Japão)
Cannes Premiere
- "Amrum", de Fatih Akin (Alemanha)
- "Connemara", de Alex Lutz (França)
- "Orwell: 2+2=5", de Raoul Peck (França e Estados Unidos)
- "Splitsville", de Michael Angelo Covino (Estados Unidos)
- "The Disappearance of Josef Mengele" ("Das Verschwinden des Josef Mengele"), de Kirill Serebrennikov (Alemanha, França, Reino Unido e Espanha)
- "The Wave" ("La Ola"), de Sebastián Lelio (Chile)
Sessões Especiais (Special Screenings)
- "Bono: Stories of Surrender", de Andrew Dominik (Austrália e Estados Unidos)
- "Tell Her That I Love Her", de Romane Bohringer (França)
- "The Magnificent Life of Marcel Pagnol" ("Marcel et Monsieur Pagnol"), de Sylvain Chomet (França)