A criança foi morta em 8 de junho de 2018, quando havia saído de casa para andar de patins, em Araçariguama, no interior de São Paulo. Um morador encontrou o corpo da vítima em um matagal no dia 16 de junho.
Na época, a polícia concluiu que Vitória foi assassinada por engano, ao ser confundida com outra jovem com o mesmo nome e idade. Testemunhas relataram que o mandante seria um traficante, que ordenou a execução da irmã de um devedor de drogas.
Nos trechos escritos por Julio Ergesse, preso na Penitenciária de Tremembé, ele diz que o amigo que o denunciou seria o autor do homicídio. "Não é justo estar preso pelo que os outros fizeram", afirmou.
Beto recebeu o material através de um homem que estava preso na mesma unidade em que o pedreiro. O pai da garota disse que o conteúdo da carta é irrelevante para ele e sua família. "Eu quero é que a justiça seja feita. Na verdade, eu me senti mais usado do que qualquer outra coisa", desabafa.
Outras duas pessoas também foram identificadas pela polícia como responsáveis pelo crime. O casal Bruno Oliveira e Mayara Abrantes está preso e aguarda julgamento.
Leia a carta na íntegra
"O Fiat Uno azul, que foi usado no crime, está preso na delegacia de Araçariguama, mas ainda não foi feita perícia [nele], um erro de comunicação, entre Araçariguama e Sorocaba, porque quem faz a perícia é a polícia de Sorocaba, mas como a mídia não tem esse conhecimento, então não há pressa nenhuma da polícia o Galego está foragido e quem está dando cobertura a ele é o dono do carro que também é traficante. Faça isso chegar ao conhecimento da mídia, aí a polícia trabalha. O [nome de testemunha] deve estar [nome ininteligível] bairro rural onde o Galego tem uma chácara. Não é justo estar preso pelo o que os outros fizeram.
Ou fazer uma denúncia anônima, por telefone, ou por web denúncia e que a mídia saiba disso".