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"Eles estão bem, significa que eles estão vivos", relata presidente do Instituto Brasil-Palestina

No 1 mês da guerra, Ahmed Shehada conta casos de fome e de dificuldade palestina, além de questionar mortes em Gaza

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Zona de guerra | Print de VT do SBT Brasil
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"Conseguiram sacolas de macarrão e acenderam fogo para cozinhar". Ao contar o relato enfrentado pela própria família durante o um mês de guerra na Faixa de Gaza, o presidente do Instituto Brasil-Palestina, Ahmed Shehada, questionou o avanço do conflito e afirmou que, atualmente, o estar bem na Palestina representa apenas a pessoa estar viva.

Durante audiência pública da Comissão de Legislação Participativa, que discutiu o conflito Israel-Palestina nesta 3ª feira (7.nov), mesma data em que a guerra completa um mês, Shehada questionou as mortes registradas até o momento na Faixa de Gaza. Ele aponta milhares de óbitos, com destaque para crianças e desaparecidos sob escombros. "É uma crise da humanidade, onde ninguém está seguro", diz.

Ele compara que os números da guerra neste último mês superam mortes registradas em um período de quinze anos. "Até abril foram assassinados mais de 11.358 palestinos [...] de 2023 até agora, o número é de pelo menos 13 mil, entre eles, mais de 4800 crianças", estima. A comparação feita por ele leva em conta três mil desaparecidos: "Sob escombros. Estão mortos, mas não são registrados". Sem eles, os mortos somam dez mil.

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Ahmed Fakhri Al Assad, que está em missão diplomática no Brasil representando o estado da Palestina, trabalha com o número de dez mil. "Hoje vemos um adicional de opressão que só pode ser visto como genocídio", afirma. "Mais de dez mil palestinos foram mortos, dos quais 10% são crianças ou mulheres", completa.

A classificação como genocídio também foi apresentada por outros convidados da audiência pública, como a professora Arlene Clemesha, diretora do Centro de Estudos Árabes da USP. "Essa situação corre o risco de transbordar para toda região do Oriente Médio e envolver o mundo. Em uma guerra que pode durar décadas, porque o mundo está deixando essa situação perpetuar. Esse é o cerne", destacou a pesquisadora.

Os nomes convidados foram de apoiadores da causa palestina. Um segundo momento do debate seria composto apenas por nomes que apoiam Israel -- mas a etapa não aconteceu, por nenhum dos convidados estarem presentes quando foram chamados. O requerimento foi apresentado pelo deputado João Daniel (PT-SE). 

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