Mais de 30 congressistas podem ser candidatos a prefeituras de capitais em 2024
Nomes do Psol, PSB e União Brasil se colocam como pré-candidatos a prefeito de São Paulo
Guilherme Resck
Pelo menos 31 congressistas podem ser candidatos a prefeituras de capitais em 2024. Nomes de diferentes partidos já foram confirmados como pré-candidatos, e vários outros estão sendo discutidos pelas respectivas siglas. Já entre os congressistas definidos ou em análise pelas legendas para concorrer a governos de municípios que não são capitais, há ao menos 13 deputados federais.
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No mínimo oito deputados federais do PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, podem disputar prefeituras no pleito do próximo ano. Rogério Correia (PT-MG), membro titular da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro, já foi confirmado pela sigla como pré-candidato à prefeitura de Belo Horizonte, e uma secretária nacional da legenda que vem acompanhando as discussões internas para a definição dos nomes disse ao SBT News haver consenso entre os integrantes do diretório municipal para que Natália Bonavides (PT-RN) seja a pré-candidata à prefeitura de Natal.
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Outras capitais onde o PT podem ter congressistas como candidaturas próprias em 2024 são Porto Alegre e Fortaleza: a sigla debate lançar Maria do Rosário (PT-RS) e Luizianne Lins (PT-CE) como pré-candidatas, respectivamente. O partido ainda discute os nomes de Dandara à prefeitura de Uberlândia (MG), Alencar Santana (PT-SP) à de Guarulhos (SP), Washington Quaquá -- vice-presidente nacional do PT -- à de Maricá (RJ) e Dimas Gadelha (PT-RJ) à de São Gonçalo. Neste momento, não está sendo discutido ter senador como candidato a prefeito na próxima eleição.
Internamente, a legenda colocou 30 de novembro como data final para ter uma primeira relação de pré-candidaturas a executivos municipais. O desejo é que pelo menos 50% dos nomes esteja definido até o último dia de novembro. Em junho, o PT criou um Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) específico para o pleito de 2024. Coordenado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), ele vem acompanhando os cenários nos estados, em especial das pré-candidaturas majoritárias.
Em 28 de setembro, a Comissão Executiva Nacional do partido aprovou uma resolução em que estabelece as normas para o processo de escolha de pré-candidaturas majoritárias, chapas proporcionais ou proposta de apoios a candidaturas de outros partidos que serão indicadas pelo PT para a Federação Brasil da Esperança no pleito de 2024. Fazem parte da federação ainda o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Verde (PV).
"Nos municípios que houver consenso sobre as candidaturas, tanto a majoritária quanto as proporcionais, ou apoio a candidaturas de outros partidos, o Diretório Municipal deverá solicitar a homologação até 30 de novembro de 2023", diz a resolução do PT.
"Nos municípios onde não houver consenso, o Diretório Municipal deliberará até 30 de novembro de 2023 sobre as candidaturas ou propostas de coligação e quando a decisão tiver o apoio de 2/3 dos membros da instância, a decisão seguirá imediatamente para a homologação das instâncias superiores".
Ela prossegue: "Quando não for possível alcançar 2/3 dos membros do Diretório, a Instância Municipal decidirá pela realização de prévias ou Encontro Municipal como metodologia para a escolha da candidatura majoritária".
As eleições de 2024 serão as primeiras em que o Partido dos Trabalhadores participará com federação. Dessa forma, antes de lançar alguma pré-candidatura, precisa haver acordo da sigla com o PCdoB e o PV também. Os deputados federais do PCdoB, até o momento, não confirmaram pré-candidatura. Segundo o coordenador do GT Eleitoral do partido, Davidson Magalhães, o grupo está ainda fazendo o levantamento das lideranças que querem se candidatar no próximo pleito. O Partido Verde, por sua vez, tem Aliel Machado (PR) como pré-candidato à prefeitura de Ponta Grossa, no Paraná.
Em 2020, oito deputados federais foram eleitos prefeitos. Entre eles, João Campos (PSB), no Recife; Edmilson Rodrigues (Psol), em Belém; Eduardo Braide (Podemos), em São Luís; e JHC (PSB), em Maceió.
Esquerda
Entre outros partidos de esquerda, os deputados federais Guilherme Boulos (Psol-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP) são pré-candidatos à prefeitura de São Paulo. Boulos é apoiado pelo Partido dos Trabalhadores na corrida ao Edifício Matarazzo.
O Psol ainda tem os deputados Tarcísio Motta (RJ) e Talíria Petrone (RJ) como pré-candidatos a prefeitos; o primeiro na capital fluminense, e Talíria, em Niterói (RJ).
Em relação aos quadros do PSB, há outros deputados federais cotados para concorrer a prefeito no ano que vem: Duarte Jr. (MA), em São Luis; Luciano Ducci (PR), em Curitiba; Marcelo Lima (SP), em São Bernardo do Campo (SP); e Lucas Ramos (PE), em Petrolina (PE). Nenhum dos senadores do partido vai disputar o pleito municipal de 2024.
Outros partidos
Dentre os integrantes do Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Carlos Portinho (RJ) é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro; o deputado federal Abílio Brunini (MT), à prefeitura de Cuiabá; os deputados federais Sargento Gonçalves (RN) e General Girão (RN) são cotados para disputar a prefeitura de Natal; e a deputada Rosana Valle (SP) é pré-candidata a prefeita de Santos (SP).
Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente, desistiu de concorrer à prefeitura de São Paulo nas eleições de 2024. Em junho, ele disse que teve sua candidatura "boicotada" por integrantes do Partido Liberal, incluindo o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. Ainda segundo ele, "estava recebendo ao longo dos últimos 40 dias uma série de sinais de que o PL ou a liderança do PL, o presidente Valdemar, queria ou preferia o nome do Ricardo Nunes [MDB]".
No União Brasil, 11 congressistas são cotados para disputar prefeituras: a deputada Yandra Moura (SE), em Aracaju ou Nossa Senhora do Socorro (SE); a deputada Silvye Alves (GO), em Goiás; o senador Sergio Moro (PR) e a deputada Rosângela Moro (SP), em Curitiba; o deputado Fábio Garcia -- que não está em exercício por ser secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso --, em Cuiabá; Kim Kataguiri (SP), em São Paulo; Nicoletti (RR), em Boa Vista; Dr. Fernando Máximo (RO), em Porto Velho; o deputado Coronel Ulysses (AC), em Rio Branco; Alfredo Gaspar (AL), em Maceió; e Mendonça Filho (PE), no Recife.
No caso de Curitiba, o SBT News apurou que Rosângela tem mais chance do que Moro de ser o nome escolhido pelo partido, por, entre outros fatores, haver a possibilidade de ele ter o mandato de senador cassado. A ideia que circula no partido é que Rosângela fosse uma espécie de candidata da Lava Jato na capital paranaense.
Já Kim Kataguiri está como pré-candidato do Movimento Brasil Livre (MBL), mas a chance maior é de o partido apoiar o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes, na corrida ao Edifício Matarazzo.
Outra legenda que pode ter congressista concorrendo a prefeito em 2024 é o PSDB: o deputado Beto Pereira (MS) é cotado para disputar a prefeitura de Campo Grande. Além disso, o deputado federal Alex Manente (Cidadania-SP) é pré-candidato a prefeito de São Bernardo do Campo (SP).
No Movimento Democrático Brasileiro (MDB), os deputados federais Rafael Brito (AL), Otoni de Paula (RJ) e Alberto Mourão (SP) são cotados para serem candidatos a prefeitos de Maceió, Rio de Janeiro e Praia Grande (SP), respectivamente, no próximo ano.
Dentre os integrantes do Podemos, o senador Carlos Viana (MG) deve se candidatar a prefeito de Belo Horizonte. No PSD, Antônio Brito, líder do partido na Câmara, é cotado para disputar a prefeitura de Salvador.
O deputado federal Pedro Aihara (Patriota-MG) é pré-candidato a prefeito, mas a sigla ainda está decidindo se de Belo Horizonte ou Brumadinho (MG), pois em ambas teve votação bastante expressiva no ano passado, na visão do partido. A decisão final será de Aihara.
No Avante, o deputado federal Pastor Sargento Isidório (BA) é cotado para ser candidato à prefeitura da capital baiana. Já Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, da Câmara dos Deputados, pode se candidatar a prefeito de Duque de Caxias (RJ). Esse é o desejo do Solidariedade e do PT, mas ainda não há definição.
Entre os filiados ao Novo, o senador Eduardo Girão (CE) não é pré-candidato, assim como a líder da sigla na Câmara, Adriana Ventura (SP) - que não vai se candidatar porque tem um compromisso com o mandato. O deputado federal Gilson Marques (Novo-SC), porém, ainda está avaliando as possibilidades.