Hacker comenta invasão a sistema de Justiça: "Senha era CNJ 123"
Delgatti afirmou ter revelado todas as senhas, e que ficou por quatro meses em sistema de Justiça
Lis Cappi
O hacker Walter Delgatti Neto diz ter ficado quatro meses conectado no sistema privado de computadores da Justiça. A invasão e mudança de decisões, que o levaram a ser preso e fazem parte de investigação da Polícia Federal, foram iniciadas após o descobrimento de senhas, que vão de "CNJ 123" a "12345", conforme relatou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro.
"A senha root, que é a senha máster, que tem acesso a tudo, era 123mudar, e a segunda senha mais segura era CNJ123 [...] e a terceira, 12345", revelou Delgatti à CPMI.
Delgatti é apontado como responsável por invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de inserção de documentos em alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Entre as interferências há destaque para um mandato de prisão falso, atribuído ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o seguinte texto:
"DETERMINO, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF e de todos os inquéritos de censura e perseguição política, em curso no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL para o CNJ, a fim de que me punam exemplarmente.
Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes.
Publique-se, intime-se e faz o L".
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