Exército irrita Planalto ao responsabilizar gabinete ligado a Lula por segurança do 8/1
Em documento encaminhado à CPMI de 8 de janeiro, general exime militares e diz que atribuições eram do GSI
O Comando do Exército desagradou o Palácio do Planalto ao atribuir toda a responsabilidade pela segurança durante invasão de 8 de janeiro ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Em documento enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, o Exército informou que a logística de segurança estava a cargo do GSI - e eximiu a atribuições de militares. Conforme apurou o SBT News, o desgaste veio pelos movimentos de aproximação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e militares.
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O ofício encaminhado à CPMI foi assinado pelo general Francisco Montenegro Junior, que é chefe de gabinete do comandante do Exército, general Tomás Paiva. O texto protocolado em 27 de julho, mas ganhou repercussão nesta 2ª feira (31.jul).
No ofício, o general diz que apesar da participação de militares, o reforço de guardas no Planalto - chamados guardas Verde e Azul - são definidos pela Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial. O documento também aponta que o GSI considerou que a mobilização para o dia 8 de janeiro foi de "situação de normalidade", e que havia militares da Guarda Verde à disposição para a segurança no dia, mas que eles não foram chamados pelo GSI para reforçar a equipe.
O ofício também diz que o comandante do batalhão da guarda presidencial chegou no Planalto às 16h40, com o local tomado de golpistas, e mesmo assim recebeu a orientação para desocupar o local.
A expectativa é que a resposta do comando seja utilizada por parlamentares de oposição ao governo para desgastar o Planalto. A comissão retoma às atividades nesta 3ª feira (1º.ago), após semanas de recesso. Durante amanhã, parlamentares vão ouvir o depoimento de Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Há ainda articulação para que o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres preste depoimento na 5ª feira. A data ainda não foi oficializada.
Leia a íntegra do documento: