Publicidade
Congresso

Entenda o que muda no IPVA e no IPTU com a reforma tributária

Economista aponta que mudanças podem corrigir distorções, mas corrigir outras

Imagem da noticia Entenda o que muda no IPVA e no IPTU com a reforma tributária
carro
• Atualizado em
Publicidade

Mudanças para o IPVA e o IPTU podem corrigir distorções, mas causar outras se aprovadas da forma como estão na reforma tributária. Os dois impostos sobre propriedade acabaram entrando - na última hora - no texto, que inicialmente cuidaria apenas de bens e consumo.

O Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores é estadual e, atualmente, só os donos de carros, motos, ônibus e caminhões são obrigados a pagar. Proprietários de aviões, helicópteros, barcos, lanchas e motos aquáticas são isentos.

"Hoje em dia é injusto, só eu pagar, e eles que têm um avião, que vai pra onde quer quando quer, não pagar nada", afirma o empresário Mário Griffo.

A reforma tributária pretende corrigir isso e cobrar IPVA também dos donos de aeronaves e embarcações.

Para o economista e professor Alberto Ajzental, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a cobrança corrige uma distorção fiscal, mas não trará aumento expressivo de arrecadação: "o universo de pessoas de altíssima riqueza não é tão grande e a alíquota que eventualmente pode ser usada não pode ser tão grande, a ponto de inviabilizar a compra e posse desse bem, mesmo sendo pessoas ricas".

Outra mudança no IPVA, prevista no texto da reforma, é a cobrança progressiva do tributo, com alíquotas que variam de acordo com o ano de fabricação, o valor e o impacto ambiental. Assim, os donos de veículos mais poluentes pagariam valores maiores e o imposto de sobre modelos com motores híbridos e elétricos como este, seria menor.

Para Ajzental, a reforma traz à tona a questão ambiental, mas provoca outra distorção: "quem possui os veículos mais obsoletos, mais antigos, e que poluem mais, são as classes mais pobres da população. Então, se você se quiser aplicar uma alíquota maior e cobrar mais imposto de veículo que polui mais, na verdade você vai estar cobrando mais imposto dos mais pobres".

Mudanças também para o IPTU - Imposto sobre Propriedade Territorial e Urbana - que é municipal. Hoje, o cálculo prevê localização, depreciação, custo do terreno e da construção, o que dá o valor venal. A reforma propõe que os prefeitos possam estabelecer as alíquotas sem passar pelas Câmaras de Vereadores.

"Na medida em que o prefeito, único, resolve por decreto os valores, e aplica os valores, não discute com ninguém, isso pode ser feito em detrimento da população, ou seja, pode pesar mais no bolso da população", diz Ajzental.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade
Publicidade